Seguristas à espera da demissão de António Costa

Seguristas à espera da demissão de António Costa


O PS tem de “reflectir bastante”, diz Álvaro Beleza. Ana Gomes afirmou-se “chocada”. E Eurico Brilhante Dias, outro dirigente do PS que integrou a equipa de Seguro, afirmou que  resultado terá de ter uma leitura política, como tiveram o das primárias, das europeias e das autárquicas.


Se António Costa não se demitir esta noite, o PS entra em polvorosa imediata. Ao que o i apurou, os antigos apoiantes de António José Seguro estão já a preparar um jantar – que pode ser amanhã ou terça-feira – para analisar o futuro do partido e a “estratégia” depois da derrota. Se o secretário-geral insistir em ficar à frente do partido apesar do resultado, os pedidos de demissão de António Costa vão surgir um pouco por todo o país.

Para já, Ana Gomes afirmou-se “chocada” com os resultados [uma frase semelhante ao “estado de choque” em que António Guterres ficou em 1991 quando Jorge Sampaio foi derrotado por Cavaco Silva]. “Mais do que uma vitória da coligação há uma derrota do PS”, afirmou a eurodeputada para quem o partido “mais do que nunca tem que fazer uma análise nos órgãos próprios”. Ana Gomes afirmou que a “culpa” dos resultados “tem a ver com a estratégia de toda a direcção do PS que tem de ser analisada rapidamente”.

Eurico Brilhante Dias, outro dirigente do PS que integrou a equipa de Seguro, afirmou que “todos os resultados têm uma leitura política”, recordando que o resultado das primárias, das europeias e das autárquicas “também tiveram leituras políticas”.

Também Álvaro Beleza, o antigo dirigente seguristas que negociou com Costa os lugares da minoria nas listas, afirmou: “Surpreende-me que os portugueses não tenham confiado no PS”. Para Beleza, o PS tem de “reflectir bastante”: “O debate e a reflexão que existir a seguir tem de ser primeiro um confronto de ideias e não de pessoas”.

António Galamba, um dos dirigentes mais próximos de António José Seguro, escreveu no Facebook estar “incrédulo com as narrativas que estão a ser construídas desde sexta”: “A coerência é um bem muito escasso. E a falta de vergonha na cara também. Pelo andar da carruagem ainda se perde na noite das eleiçõpes a confiança dos que foram votar”. Galamba referia-se à possibilidade de, não havendo maioria de direita, o PS tentar formar governo apoiado na maioria de esquerda do parlamento. A ideia não colhe junto deste sector.