O ambiente no Hotel Sana, em Lisboa, é de alegria, claro está. A coligação Portugal à Frente (PàF) acaba de vencer as eleições deixando para trás o PS. Mas a expectativa agora é saber se a aliança PSD/CDS consegue ou não chegar à maioria absoluta. Nos corredores do hotel estão colocados ecrãs onde os apoiantes da PàF possam seguem a contagem dos votos. Passos Coelho e Paulo Portas estão no 12º andar. Passos tem ao seu a mulher, Laura Ferreira, as filhas e as amigas Luísa Castel-Branco e Maria José Valério.
Na sala onde Passos e Portas irão celebrar a vitória vão aparecendo alguns nomes do PSD e do CDS. De sorriso nos lábios, todos alinham no guião: o PS teve uma grande derrota e, enquanto não chega a certeza da maioria, repetem que "governa quem ganha", um dos argumentos usados pelos líderes da PàF para pedir uma vitória clara na última semana de campanha. Isto numa altura em que tanto o PCP como o BE desafiam António Costa a não deixar Passos e Paulo formarem governo, no que é entendido como um desafio para uma aliança (ampla) de esquerda.
Marco António Costa, vice-presidente do PSD, numa primeira reacção às sondagens, às 20h00, falou numa vitória "clara" da coligação e admitiu que a PàF será chamada a governar "nestas circunstâncias" (de vitória) como tem sido a história do nosso país". Nuno Melo, vice-presidente do CDS, sublinhou que a coligação "venceu com clareza estas eleições", afastando qualquer hipótese de ser um outro partido ou aliança a formar governo.
Também Moreira da Silva, do PSD, veio à sala onde está a comunicação social fazer uma declaração que serviu para lembrar que o resultado da coligação é "claro, expressivo e significativo". Assunção Cristas, do CDS, sintetizou: "quem gannha, governa". E explicou: "Os portugueses quiseram dizer de forma clara quem venceu as eleições. Nós estamos preparados para governar".