Pampilhosa da Serra apoia criação de emprego para revitalizar aldeias remotas

Pampilhosa da Serra apoia criação de emprego para revitalizar aldeias remotas


Associações receberão 5 mil euros anuais na condição de empregarem uma pessoa e manterem as suas casas de convívio abertas. 


A Câmara da Pampilhosa da Serra vai apoiar financeiramente as associações que, em cada aldeia, criem um posto de trabalho destinado a apoiar e revitalizar as comunidades remotas, anunciou esta sexta-feira o presidente do município.

“Na maioria das 109 povoações do concelho, as pessoas já não têm um local onde se reúnam e possam conversar”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal, José Brito.

Na Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, existem 80 comissões e ligas de melhoramentos, criadas ao logo do século XX por habitantes da diáspora, radicados sobretudo na região de Lisboa, cujas sedes estão agora fechadas numa “grande parte do ano”.

O projecto da autarquia passa pela concessão de um apoio anual de 5.000 euros a cada uma dessas colectividades, com a condição de empregarem uma pessoa e manterem as suas casas de convívio abertas todos os dias.

“A ideia é a de que os moradores, maioritariamente idosos, possam tomar um café e encontrar-se com os amigos. Ou então possam comprar bens de primeira necessidade, como arroz, farinha e açúcar, sem terem de deslocar-se à sede do concelho”, adiantou José Brito.

Serão diversas as tarefas que o trabalhador contratado deverá estar habilitado a realizar, como, por exemplo, sintonizar um televisor ou mudar uma tomada eléctrica avariada nas casas da aldeia.

Para responder às “necessidades mais prementes” das comunidades, “terá de ser um funcionário multifacetado”, segundo o autarca social-democrata.

“Não pode ser uma pessoa reformada”, esclareceu, salientando que “estão desempregados muitos pampilhosenses jovens” radicados na capital, os quais terão, assim, uma nova oportunidade de trabalhar e regressar à terra onde nasceram eles ou os seus pais.

Outra das condições para a Câmara Municipal apoiar as associações que se candidatem a este incentivo à criação de emprego é “não fazerem concorrência” às firmas comerciais (cafés, mercearias ou outras) que ainda funcionam nalgumas aldeias.

“Esta medida é principalmente para as povoações que não têm nada”, explicou José Brito.

Com este propósito, foi publicado hoje no Diário da República o “Regulamento de Incentivo à Criação de Emprego em Pampilhosa da Serra”, aprovado pela Assembleia Municipal, no dia 12 de Setembro, após deliberação prévia do executivo.

“No actual contexto de contracção económica que se vive em Portugal, tendo em conta que este é um território caracterizado por problemas de interioridade assaz conhecidos, com menores oportunidades de desenvolvimento decorrentes da baixa densidade populacional, torna -se urgente implementar mais medidas de apoio ao investimento e à criação de emprego”, refere a autarquia no documento.

A “criação efectiva de postos de trabalho” e a “dinamização económica e social das comunidades locais” são alguns dos objectivos.

Lusa