Os casos de botulismo alimentar aumentaram para quatro confirmados e “dois prováveis”, que aguardam resultados de análises. A confirmação veio ontem da Direcção-Geral da Saúde (DGS), subindo assim para cinco o número de pacientes hospitalizados em Portugal.
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Os novos casos suspeitos aconteceram no norte, na região de Lisboa e Vale do Tejo e também com um residente na Suíça “que consumiu alimentos suspeitos em Portugal”. Actualizando o balanço, isso significa que até agora há quatro casos confirmados e dois a aguardar a confirmação laboratorial do Instituto Dr. Ricardo Jorge, que deverá chegar antes do fim-de-semana. Os cinco pacientes hospitalizados em Portugal, contudo, não correm risco de vida e estão a evoluir favoravelmente, explicou à Lusa Isabel Marinho Falcão, da Unidade de Apoio às Emergências de Saúde Pública da Direcção-Geral da Saúde.
Os primeiros casos começaram a ser conhecidos no sábado, após o comunicado conjunto da DGS, da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, da ASAE e do INSA. O número é superior às situações registadas em 2013 e 2012 e o fenómeno provocou de imediato quebras de produção no sector da alheira. A origem destes casos estará unicamente associada à ingestão de alheiras comercializadas com a marca comercial “Origem Transmontana”, mas tanto autarquia como produtores temem o efeito de contágio no resto da região.
Embora a DGS já tenha mandado retirar imediatamente os produtos à base de carne e os queijos desta marca, todo o sector de fumeiro da região está a ser prejudicado, com toneladas de encomendas canceladas e prejuízos de milhares de euros. A notícia teve repercussão imediata na conhecida alheira de Mirandela, que por si só movimenta 30 milhões de euros por ano.
A Câmara de Mirandela pondera investir em acções de esclarecimento sobre a origem dos casos de botulismo e o presidente da câmara apelou ontem às entidades que investissem mais em iniciativas para esclarecer a população, até porque “toda a região está a ser vítima de quebras muito preocupantes” do produto mais popular da região.
O botulismo alimentar é uma doença grave de evolução aguda e é, desde 1999, de declaração obrigatória em Portugal, tendo–se registado até 2013 menos de uma centena de casos. A bactéria causadora desta doença é neuroparalisante; por isso, alguns dos primeiros sintomas de intoxicação são a paralisia muscular, dificuldades respiratórias, desarranjos gastrointestinais graves e visão distorcida.
Com Lusa