Costa apela: “Não deixem para o Presidente a escolha do governo que querem”

Costa apela: “Não deixem para o Presidente a escolha do governo que querem”


O PS fechou a campanha em Almada entre apelos aos indecisos e ao voto útil, com Carlos César a dizer mesmo que “votar no Jerónimo e na Catarina é como votar no Pedro e no Paulo”. António Costa dramatizou ao máximo para evitar “jogos parlamentares” ou a “lotaria”.


O PS fechou a campanha eleitoral com um forte apelo ao voto útil e aos indecisos. Em Almada, António Costa alertou para o que considera ser o risco de deixar “para os jogos partidários, para a lotaria ou para a vontade do Presidente da República a escolha do governo”.

A última frase dita por António Costa no seu discurso de fecho da campanha eleitoral foi mesmo o pedido para uma “vitória clara, inequívoca e uma maioria absoluta. Que ninguém ponha em causa o direito do PS governar Portugal”. Na dramatização do voto, o candidato socialista apelou: “Não podemos desperdiçar a oportunidade de finalmente passados quatro anos pegar no voto que é a arma do povo e decidir, não deixar para ninguém, nem para os jogos parlamentares, nem para a lotaria nem para a vontade do Presidente da República a escolha de qual é o governo que querem para governar Portugal”.

Aos abstencionistas, Costa lembrou que “desta vez têm de votar não só por si mas também pelos que estão impedidos de votar”, referindo-se aos “350 mil portugueses que são verdadeiros refugiados expulsos pela política deste governo e estão privados de votar”. Depois passou à diferenciação face à actual maioria: “Não somos todos iguais”. E aproveitou exemplos de três governos socialistas para sublinhar que “o PS não foi igual à direita quando criou o serviço nacional e saúde com Mário Soares, não foi igual à direita quando Ferro Rodrigues generalizou o ensino pré-escolar ou criou o rendimento social de inserção e não foi igual à direita quando criou o Novas Oportunidades ou o complemento solidário para idosos”. Mas aqui não referiu José Sócrates.

Na Europa, o socialista voltou a sublinhar o seu discurso moderado, mas com o compromisso de “procurar um caminho alternativo ao do senhor Schauble. Porque sabemos que o caminho do senhor Schauble não nos serve e é prejudicial à economia portuguesa”. “Estaremos lá para dar luta e tentar contrariar esse caminho”, comprometeu-se o líder do PS.

Ainda houve tempo para uma piada, antes do fecho. À hora de almoço, Costa teve de interromper o discurso por falta de voz e à noite, em Almada, depois de um longo discurso já com a voz recuperada atirou: “Estou a entusiasmar-me por ter recuperado a voz, mas não quero que vocês se constipem e acabar por provocar uma onda de abstenção por uma gripe generalizada”. 

No comício de fecho da campanha, também falou o presidente do do partido, Carlos César, com um apelo claro ao voto útil. “Votar no Jerónimo e na Catarina é como votar no Pedro e no Paulo. Cada voto que cai na urna para o Jerónimo e a Catarina é um alívio para os Portas e os Coelhos que nos governam há quatro anos”.

O socialista frisou mesmo que “o que interessa não é protestar, é votar, o que interessa é vencer para mudar” e que, por isso, “o voto no Bloco de Esquerda ou no PCP é um voto emprestado à direita portuguesa”.

Depois da tradicional descida do Chiado esta tarde, na arruada mais forte de toda a campanha de António Costa, o candidato atravessou de barco até à margem Sul do Tejo, para o comício de encerramento, na Praça São João Baptista, em Almada.