A maioria das guerrilhas da Birmânia rejeitou o acordo de cessar-fogo nacional proposto pelo Governo para antes das eleições de 8 de Novembro, informam hoje fontes dos grupos minoritários.
Apenas sete dos 19 grupos armados aceitaram o documento, fruto de trabalho conjunto com o Governo nos últimos dois anos, após três dias de reuniões que terminaram na quinta-feira à noite em Chiang Mai, no norte da Tailândia, com o objectivo de chegarem a uma posição comum.
A recusa do Governo em incluir todos os grupos no acordo impediu a maioria das organizações de aceitar a proposta governamental, segundo disse à Efe por telefone o delegado da Frente Nacional Chin, Pu Zing Cung.
“Há acordo em relação ao texto e tentámos que este fosse inclusivo. Infelizmente, não podemos incluir dois grupos mas acordamos com a presidência [do país] que encontraríamos uma solução para eles”, disse Pu Zing Cung.
Os grupos que o Governo exclui do acordo são o Exército da Aliança Democrática Nacional do Myanmar (Birmânia), de minoria kokang, e o Exército Arakan, que mantêm combates com o exército birmanês desde Fevereiro no nordeste do país.
Entre os que não assinam o acordo estão algumas das maiores organizações, como o Exército pela Independência Kachin (KIO), em guerra com o exército desde 2011, e o Exército do Estado Wa Unido, que também não participou na reunião.
O vice-comandante do KIO, Gun Maw, disse ao portal Irrawaddy que o cessar-fogo não pode ser “nacional” se não incluir todas as partes, mas mostrou-se disposto a assiná-lo se o Governo aceitar incluir todos os grupos.
Uma maior autonomia é a reivindicação de quase todas as minorias étnicas birmanesas, que incluem os shan, karen, rakhine, mon, chin, kayah ou kachin, e que representam mais de 30% dos 53 milhões de habitantes do país.
Lusa