Francisco Pinto Balsemão não faltou à chamada de Pedro e Paulo e foi até ao Mercado de Cascais pedir o voto na coligação Portugal à Frente. O militante número 1 do PSD sublinhou que só a aliança entre o partido que fundou e o CDS são capazes de garantir a estabilidade política nos próximos quatro anos. Mas deixou um aviso: "é preciso corrigir as desigualdades sociais e criar condições para que voltem muitos dos que tiveram de sair".
Numa intervenção muito aplaudida, Balsemão não popou os elogios aos líderes do PSD e do CDS. Passos, disse, "é um homem inteligente, que não insulta, que não precisa de recorrer aos insultos mais baixos, um homem de diálogo. Ele gosts de conversar, é aberto e tem sido um excelente primeiro-ministro de Portugal". Sobre Paulo, Balsemão lembrou a amizade "desde o tempo em que ele como director do Independente tentava morder os calcanhares do Expresso".
Balsemão, numa referência implícita ao "irrevogável" de Portas em 2013, aplaudiu a coesão os líderes do PSD e do CDS e ironizou: "Acho que eles vão ter tantas saudades um do outro que são capazes de passar o dia de reflexão juntos".
O voto, sem grande surpresa, vai para a coligação Portugal à Frente. Balsemão justificou: "Foram os quatro anos mais difíceis desde o 25 de Abril. Foi feito o que tinha de ser feito para nos livrarmos da troika. Vou afirmar com o meu voto". E acrescentou, numa farpa à campanha do PS de António Costa. "Pelo modo quezilento como o PS se recusou ao diálogo que estou aqui e que vou votar Portugal à Frente".
Na recta final da sua intervenção, o fundador do PSD disse compreender a prudência de Passos e de Portas, ao não colar "absoluta" ao pedido de maioria "estável", mas desviou-se do guião. "Eu não preciso de ser tão cauteloso. Por isso, falo de maioria absoluta. A maioria absoluta está ao nosso alcance. Tem funcionado em vários outros casos no nosso país. A solução eficaz, rápida e transparente está na maioria absoluta", concluiu.