BPI cria holding para participações dos negócios em África

BPI cria holding para participações dos negócios em África


Com BFA e BIC na mão dos accionistas, a exposição aos grandes riscos de Angola fica solucionada


O BPI vai criar uma holding para as participações que detém em instituições de crédito africanas (mais de 90% do negócio), de forma a satisfazer as exigências do BCE – Banco Central Europeu e reduzir a exposição aos grandes riscos no estado angolano, comunicou ontem à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários o banco liderado por Fernando Ulrich.

A nova sociedade, que terá um capital social de 46 milhões de euros, vai ser cotada em bolsa (Euronext Lisbon) e incluirá, para já, as participações de 50,1% do capital no Banco de Fomento de Angola (BFA), 30% do Banco Comercial e de Investimentos e 100% do BPI Moçambique – Sociedade de Investimento, além de outros activos a destacar. As acções da nova companhia serão entregues aos actuais accionistas na proporção das posições detidas no BPI.

A operação de cisão agora projectada, e que, como explica o comunicado, tem como objectivo “solucionar a ultrapassagem do limite dos grandes riscos” em Angola, devido à carteira de obrigações do Tesouro angolano detida pelo BFA e às aplicações que a instituição tem no Banco Nacional de Angola, fica ainda sujeita a um conjunto de condições antes da sua aprovação definitiva.

Além da confirmação por parte das autoridades de que a solução proposta resolve o problema em causa, o projecto de cisão, que será submetido aos accionistas, depende ainda do acordo do fisco e da Unitel.