A velhinha rabugenta e as eleições


No domingo, é um clássico, toda a gente vai ganhar. 


© Octavio Passos/Lusa

Cidadão que é cidadão está sempre disponível para dar “uma achega” nos fóruns das rádios, tomar “uma posição” sobre tudo o que mexe em murais de Facebook ou, sem critério nem gosto, honrar-nos com “opinião” nas caixas de comentários dos sites de notícias.

Os portugueses adoram fazer de velhinha rabugenta. Resmungam contra os impostos (paguem ou não), contra as taxas moderadoras (mesmo que estejam isentos) ou contra o clima (qualquer que seja). Dizer mal é um estado de espírito, às vezes uma profissão e, claro, um direito. Mas quem o exerce com tanta constância podia dignar-se a votar, fazendo a abstenção recuar para uma expressão que não nos envergonhasse. 

No domingo, é um clássico, toda a gente vai ganhar. A coligação porque sim, o PS porque não se mete em trabalhos, o PC porque ganha sempre e o Bloco porque encontrou uma nova luminária. Até Marinho e Pinto e Rui Tavares, provavelmente obrigados a permanecer no Parlamento Europeu, acabam também por ganhar.

A modelo e psicóloga actualmente emprestada ao Agir ganha o direito a um final de gravidez mais tranquilo, que é bem merecido. E ganham ainda a senhora de cor-de-rosa e quase todos os comentadores políticos (já haviam previsto tudo há mais de duas semanas). 

Espera-se que ganhem também os insatisfeitos, os furiosos e os indignados da vida. Neste caso, o direito a continuar a reclamar, protestar e maldizer alegremente por quatro anos mais. E a nossa velhinha rabugenta terá uma grande legislatura. 

Escreve à quinta-feira

A velhinha rabugenta e as eleições


No domingo, é um clássico, toda a gente vai ganhar. 


© Octavio Passos/Lusa

Cidadão que é cidadão está sempre disponível para dar “uma achega” nos fóruns das rádios, tomar “uma posição” sobre tudo o que mexe em murais de Facebook ou, sem critério nem gosto, honrar-nos com “opinião” nas caixas de comentários dos sites de notícias.

Os portugueses adoram fazer de velhinha rabugenta. Resmungam contra os impostos (paguem ou não), contra as taxas moderadoras (mesmo que estejam isentos) ou contra o clima (qualquer que seja). Dizer mal é um estado de espírito, às vezes uma profissão e, claro, um direito. Mas quem o exerce com tanta constância podia dignar-se a votar, fazendo a abstenção recuar para uma expressão que não nos envergonhasse. 

No domingo, é um clássico, toda a gente vai ganhar. A coligação porque sim, o PS porque não se mete em trabalhos, o PC porque ganha sempre e o Bloco porque encontrou uma nova luminária. Até Marinho e Pinto e Rui Tavares, provavelmente obrigados a permanecer no Parlamento Europeu, acabam também por ganhar.

A modelo e psicóloga actualmente emprestada ao Agir ganha o direito a um final de gravidez mais tranquilo, que é bem merecido. E ganham ainda a senhora de cor-de-rosa e quase todos os comentadores políticos (já haviam previsto tudo há mais de duas semanas). 

Espera-se que ganhem também os insatisfeitos, os furiosos e os indignados da vida. Neste caso, o direito a continuar a reclamar, protestar e maldizer alegremente por quatro anos mais. E a nossa velhinha rabugenta terá uma grande legislatura. 

Escreve à quinta-feira