Maria Luís como os “banqueiros trapaceiros”

Maria Luís como os “banqueiros trapaceiros”


Pedro Nuno Santos foi ao comício de Santa Maria da Feira atirar forte à ministra das Finanças, a propósito das contas da Parvalorem. Já António Costa garantiu que o PS é o único partido que, mesmo sem maioria absoluta, “não deixará o país no caos”


O dia de campanha desta quarta-feira terminou com um comício em Santa Maria da Feira onde Pedro Nuno Santos, cabeça-de-lista do PS por Aveiro, comparou a ministra das Finanças a “alguns banqueiros trapaceiros” a propósito da polémica em torno das contas da Parvalorem.

Pedro Nuno Santos pegou na notícia avançada pela Antena 1 na terça-feira para trazer à campanha a temática BES e atirá-la à ministra das Finanças e candidato da coligação por Setúbal. “Alguns banqueiros trapaceiros fizeram exactamente o que Maria Luís Albuquerque pediu à Parvalorem para fazer”, acusou Pedro Nuno Santos sugerindo uma comparação com Ricardo Salgado, arguido no caso BES. Segundo a notícia, a ministra terá pedido à Parvalorem (empresa pública que ficou a gerir os activos maus do BPN) para alterar as conta de forma a que revelassem prejuízos menores. ”É demasiado grave deixarmos passar ao de leve esta matéria. É de credibilidade que estamos a falar, de um Estado, de um Governo, de uma ministra das Finanças, de um primeiro-ministro. Foram atingidos no que dizem ser o seu principal activo”, acusou o socialista.

Depois de Pedro Nuno Santos falou António Costa que garantiu que o PS é o único partido que, mesmo sem conquistar a maioria absoluta, “não deixará o país no caos”. “Se ganharmos, como é necessário que ganhemos, com maioria absoluta, não sacrificaremos o diálogo social. Se por alguma razão não ganharmos com maioria absoluta, também sabem que seremos o único que não deixaremos o país no caos porque sempre fomos o grande referencial de estabilidade do país”. A frase de António Costa chegou já no final de uma intervenção em que repetiu muito do que tem dito até agora na campanha oficial, mas onde voltou a dramatizar o apelo ao voto colocando o PS como “o partido que consegue estabelecer pontes, diálogo, mobilizar todos”.

No ataque à coligação, Costa voltou a questão do medo para acusar PSD e CDS de “virem assustar as pessoas, tentar meter medo”. E garantiu que não é isso que vê em campanha: “Eu que ando por aí na rua, que falo cara a cara com as pessoas, sinto que não há medo em Portugal”. Para o socialista, “só tem medo a coligação de direita da derrota que vai ter no próximo domingo”. Os socialistas continuam a insistir na vitória e, neste ponto, Pedro Nuno Santos juntou-se ao líder do partido na convicção que “aqueles que sairam à rua no dia 15 de Setembro de 2012 sairão à rua também no dia 4 para mudar Portugal”, numa referência à manifestação anti-troika em várias cidades do país.