As mais recentes prevêem que, em 2025, até um quarto dos empregos sejam substituídos por softwares ou robôs. Se para já ainda podemos aproveitar um ambiente de trabalho humanizado, o mesmo não se pode dizer do que se passa fora do escritório.
Desde carros sem motorista, cocktails preparados através de um tablet, máquinas recepcionistas ou até robôs criados apenas para o sexo, só a imaginação põe (ou não) um limite a um mundo cada vez mais tecnológico.
Watson
Um Dr. House tecnológico
É um computador inteligente criado pela IBM e que está no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque, a diagnosticar e a sugerir os melhores tratamentos para os doentes. Os oncologistas do centro fizeram uma parte do trabalho e criaram um banco de dados gigantesco com informações sobre diferentes tipos de cancro. O resto ficou por conta de Watson, que usando o seu algoritmo foi identificando padrões. Perante variáveis como a configuração da doença, o estado do paciente e as alternativas possíveis, Watson poderia sugerir o melhor tratamento para cada paciente. Os primeiros resultados foram promissores: o algoritmo foi capaz de diagnosticar 90% dos casos de cancro de pulmão, precisão muito maior que os 50% registados entre médicos humanos.
LS3
Um soldado chamado para a guerra
Empresas como a iRobot e a Boston Dynamics (comprada pela Google) já desenvolveram robôs terrestres capazes de carregar centenas de quilos, escalar paredes e disparar contra um alvo. O LS3, da Boston Dynamics, por exemplo, consegue perseguir um soldado sem necessitar de instruções. Já o Petman, também da companhia norte--americana, está a ser desenvolvido para simular as situações a que um soldado está sujeito na vida real. O robô é vestido com roupa protectora e submetido a uma intensa rotina de exercícios.
Os drones já usados em exércitos de países como EUA, China ou França, ainda são controlados por humanos, mas exemplos como estes levam os americanos a apostar que não será por muito tempo. Estima-se que até 2047, ganhem autonomia para decidir quando e como atacar o inimigo.
Termes
O robô que constrói prédios
Termes foi criado por investigadores da Universidade de Harvard para construir prédios de pequenas dimensões, mas a ambição é que, no futuro, consiga construir arranha-céus. Esta é, aliás, uma tendência que já existe pelo menos desde 2005, quando a Petrobras começou a usar robôs para detectar fissuras e corrosões nas paredes dos oleodutos, tarefa que os investigadores acreditam ser possível fazer também com robôs no fundo dos mares e nos esgotos das cidades.
Shakr Makr
A máquina de fazer cocktails
O cruzeiro de luxo Anthem of the Seas lançou recentemente uma ideia pioneira: um bar automatizado a partir da Shakr Makr, uma máquina desenvolvida pelo MIT. As bebidas podem ser pedidas através de um tablet ou smartphone e os clientes não estão limitados ao menu que recebem na mesa, podendo até criar o seu próprio cocktail. O braço robótico mistura as bebidas escolhidas e verte–as num copo. No total, a máquina consegue misturar e medir mais de 40 ingredientes com precisão absoluta. O trabalho é feito por dois braços que funcionam em sintonia, com movimentos elegantes a que os barmen tradicionais nos habituaram desde os tempos em que era Tom Cruise a preparar cocktails.
Roxxxy
O primeiro robô sexual
Roxxxy pesa 27 kg, mede 1,70 m e vem com uma variedade de cores de cabelo, membros que se movem e pele que parece real. Construída pela empresa americana TrueCompanion, foi apresentada em 2010 como “o primeiro robô sexual do mundo”, capaz de ouvir e manter conversas com um interlocutor a partir de um programa de inteligência artificial que armazena os gostos pessoais. Integra diferentes personalidades, algumas preformatadas com nomes sugestivos como Frigid Farrah, Wild Wendy ou Mature Martha. Este ano, foi apresentada uma versão ainda mais completa. A RoxxxyGold mede 1,74 metros e tem como medidas 96-76-96. A boneca, que custa 7 mil dólares, é capaz de manter uma conversa elementar, apesar de ainda não mover a cara, algo em que os investigadores estão a trabalhar para um próxima versão.
Robô-mãe
A máquina que “dá à luz” outros robôs
Investigadores da Universidade de Cambridge, Inglaterra, desenvolveram um robô capaz de construir outros robôs ainda melhores e sem intervenção humana. Uma mãe-robô procura fazer várias combinações com cubos motorizados que resultam em bebés--robôs cada vez mais rápidos. Até agora foram criadas dez gerações, cada uma mais veloz que a outra.
Para já, as tarefas são bastante repetitivas, mas espera-se que venham a ser capazes de desenvolver actividades que exijam alguma criatividade e inovação. Em termos práticos, no futuro, será possível vê-los a desconstruir carros para procurar defeitos e consertá-los sem ajuda de humanos ou a experimentar técnicas diferentes de cultivo.
Knigtscope K5
O polícia-robô que dispensa a farda
O Knigtscope K5 Autonomous Data Machine, criado pela empresa Sunnyvale, na Califórnia, usa uma combinação de robótica e análise de dados para determinar quando a polícia ou outras forças de segurança devem ser alertadas para uma eventual ameaça. Com um metro e meio de altura está repleto de sensores ópticos e de som e ainda equipamentos de segurança bem como sistema de reconhecimento de matrículas automóveis para transmitir informações às autoridades. O K5 não tem armas mas comporta--se de maneira incisiva perante o risco. Se alguém se cruzar no seu caminho ele pára abruptamente e, perante uma tentativa de imobilização, activa um alarme que acciona um sistema de segurança. Nesse caso, quem estiver a controlar a máquina pode usar um sistema de altifalante para avisar quem estiver a importunar o K5.
Robô recepcionista
Fazer check in com uma máquina
Inaugurado em Agosto, o Hotel Henn, em Nagasaki, é o primeiro no mundo a substituir todos os funcionários por máquinas. Desde o check-in até à saída dos hóspedes, tudo é resolvido por uma equipa de robôs. Alguns dos quartos dispõem ainda de um sistema de reconhecimento facial para permitir a entrada. Além disso, a temperatura ou a iluminação estão controladas através de um dispositivo móvel. Dizer que Henn pode ser traduzido como “esquisito” já quer dizer muito sobre o hotel. Na recepção está um robô-dinossauro que fala inglês e um andróide que fala japonês. As malas são levadas para o quarto por um sistema automático e os quartos estão preparados para regular o ar condicionado consoante a temperatura corporal de cada hóspede.
Robô anti-minas
A máquina de salvar vidas
Neste ponto, não é preciso recorrer a exemplos vindos de fora. Uma equipa de investigadores portugueses do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Universidade de Coimbra está a desenvolver um conjunto de tecnologias para a detecção de minas e outros engenhos explosivos. A equipa de investigadores tem já em fase de testes um “robô de desminagem” móvel, cuja base foi oferecida por uma empresa do Canadá mas personalizada pelos investigadores de Coimbra. Foi-lhe acrescentado um braço robótico de forma a permitir o varrimento do terreno com sensores de detecção de minas, detectores de metais e radares de penetração no solo. Para tornar a plataforma mais autónoma, foi-lhe ainda acrescentado um conjunto de diversos sensores como câmaras de visão artificial, sensores laser para medição de distância e GPS que lhe permitem saber onde está e como é o terreno à sua volta.
Robô motorista
A uber não é o único inimigo do táxi
Os taxistas que têm vindo a travar uma batalha contra a Uber, ainda não têm consciência que o seu pior inimigo pode ainda estar para chegar. Várias equipas de investigadores estão já a trabalhar directamente com fabricantes de automóveis, para que sejam criados veículos sem a presença de motorista.
A cidade de Milton Keynes, em Inglaterra, vai ser a pioneira e ainda este ano vai ter táxis automatizados a percorrer as ruas. O governo britânico já começou até a actualizar os sinais de trânsito para viabilizar o funcionamento dos carros sem motorista.
Os carros vão andar a 19 km/hora e terão vias próprias de circulação. A sua introdução na cidade faz parte de um projecto para testar tecnologias com baixos gastos de carbono. O governo acredita que ideias como esta vão manter o Reino Unido na vanguarda do design automóvel e vão também ajudar a manter os 30 mil postos de trabalho em produção de motores. Ainda este ano espera-se ter 20 veículos a circular, mas a ambição para 2017 é que este número suba para 100.