Os mercados imobiliários de Lisboa e Porto foram os que melhores oportunidades ofereceram em 2014, tendo sido determinantes na dinamização do sector. Este ano, a tendência inverteu-se e, segundo Ricardo Sousa, administrador da Century 21,“a nova dinâmica na concessão de crédito à habitação está a dinamizar os mercados periféricos”.
O melhor investimento imobiliário é o que vai ao encontro das oportunidades mais rentáveis mas, fora destes dois centros urbanos,“se a intenção é a de comprar para arrendar, os concelhos de Coimbra, Viseu, Felgueiras e Gondomar, são boas opções”, por registarem os maiores crescimentos em valor absoluto de transacções, explica Beatriz Rubio. Por outro lado, a CEO da REMAX explica que se o objectivo for comprar para revender, “os concelhos de Setúbal, Loures, Almada e Cascais devem ser tidos em consideração, pois têm vindo a apresentar este ano um maior dinamismo no mercado de compra e venda”.
Rui Torgal, director de operações da ERA, ajuda a sistematizar o mercado imobiliário fora de Lisboa e Porto: “Destacaria as capitais de distrito, pois constituem boas oportunidades de investimento e valorização”. Estes factores devem-se, considera, “sobretudo ao esforço e aposta forte na reconversão dos centros históricos e na reabilitação das nossas cidades”.
Os imóveis nas cidades mais periféricas podem também revelar-se bons investimentos por apresentarem um valor por metro quadrado mais baixo do que Lisboa ou Porto. “O valor médio de transacção em Portugal na Century 21 é de 120 mil euros. Nos mercados mais periféricos é inferior a 100 mil euros”, destaca RicardoSousa. Na ERA, como afirma Rui Torgal, “os valores por metro quadrado, estão entre 20 a 30% abaixo da capital e da cidade invicta”.
O mercado imobiliário fora das duas grandes cidades é procurado por portugueses e também por estrangeiros, predominantemente europeus. “Os clientes de nacionalidade estrangeira optam pelas zonas que vão mais ao encontro dos seus objectivos de vida: para trabalhar preferem as grandes cidades mas quando o objectivo é passar férias ou viver uma reforma descansada, as preferências recaem sobre Sintra, Cascais e a região do Algarve”, esclarece Beatriz Rubio. Excluindo Lisboa e Porto, os clientes de fora de Portugal adquirem imóveis em Cascais, Tavira, Sintra, Albufeira, Portimão e Loulé. Se o objectivo for arrendar, escolhem também outros destinos como Oeiras, Amadora, Odivelas e Almada.
Conselhos dos especialistas Quem quer investir no mercado imobiliário fora dos dois grandes centros urbanos do país deve, acima de tudo, “estar atento às oportunidades locais, em especial nos mercados mais dinâmicos, munindo-se de informação actualizada e acompanhando as tendências” do sector, afirma Beatriz Rubio.
As mediadoras contactadas pelo i são unânimes na valorização dos contactos com os profissionais do sector: “É imprescindível seleccionar um especialista de imobiliário residencial local para assessorar os investimentos”, refere Ricardo Sousa. Rui Torgal acrescenta ainda que é fundamental falar com quem tem conhecimento do mercado e “recorrer a avaliações credíveis”.
