Marques Mendes fez uma curta intervenção num jantar-comício da coligação em Coimbra mas foi o tempo suficiente para fazer um forte apelo ao voto na Portugal à Frente. "Não é o PSD e o CDS que precisam de uma maioria para governar. O país precisa que a coligação tenha uma maioria para garantir estabilidade". O ex-líder do PSD deixou ainda um alerta: "Vivemos um tempo de muita incerteza. Este não é um tempo de aventuras".
O comentador admitiu que "nem sempre, ao longo de quatro anos, concordou com as decisões do governo" mas na hora do balanço (véspera de eleições) destacou o trabalho de Passos Coelho e de Paulo Portas na liderança do Executivo. "Há um ano, um ano e meio, todos diziam que estávamos numa espiral recessiva, que íamos ter um programa cautelar mas nada disso aconteceu", frisou, para acrescentar que "esta é a primeira vitória de Portugal".
Marques Mendes, no seu estilo afirmativo e explicativo, disse ainda que lhe dá "grande confiança" saber que tem à frente do governo "alguém que não anda aos ziguezagues" e lembrou que a actual maioria "devolveu a confiança a Portugal e a credibilidade perdida, devolvendo o orgulho de sermos portugueses". "Só por isto", afirmou, "Pedro Passos Coelho já tem um lugar garantido na história, independentemente do resultado das eleições".
Mas só há um resultado que pode servir Portugal e os portugueses. Este resultado é, para o ex-líder do PSD, a vitória da coligação nas eleições de 4 de Outubro. Ora, por isto mesmo, Marques Mendes diz que no dia 4 de Outubro joga-se uma escolha essencial: "a escolha entre a prudência e o risco, a segurança e a aventura, o certo e o incerto, o conhecido ou o salto no desconhecido".
Para os abstencionistas, Marques Mendes deixou outro aviso: "ficar em casa é pior a emenda que o soneto. Ao não votar e ficar em casa corre-se o risco de voltar para trás, de o país poder vir a ter para o futuro novos sacrifícios". E até citou Teixeira dos Santos, para atacar o programa do PS, lembrando que o ex-ministro das Finanças, em entrevista ao Diário Económico, disse que o programa do PS continha propostas arriscada. E, de novo, colou-lhe o apelo à maioria.
"Em função daquilo que tem sido dito pelos adversários nas últimas semanas, a estabilidade ganhou ainda mais importância no dia 4. Sem uma maioria há o risco do governo eleito pelo povo não conseguir o seu orçamento; sem uma maioria há o risco de o governo eleito pelo povo ser bloqueado na Assembleia da República, sem uma maioria há o risco de o país poder voltar a ter eleições em pouco tempo", rematou.