A representante dos comerciantes de Bragança sublinha, num comunicado divulgado hoje, que “se torna necessário esclarecer os vários agentes económicos, consumidores e clientes que “origem transmontana” é apenas uma marca comercial”.
“Assim, não se pode colocar em causa a qualidade dos produtos do território de Trás-os-Montes, que são devidamente acompanhados e certificados pelas respectivas entidades, cumprindo todas as regras e normas de produção regulamentadas”, alega.
Associações locais representativas de vários sectores, nomeadamente as gestoras de fumeiro regional certificado têm vindo a público a demarcar-se da marca associada ao botulismo alimentar, argumentando que os produtos suspeitos comercializados por uma empresa de Bragança não são certificados, “pelo que não estão sujeitos aos rigorosos controlos efectuados pelas entidades certificadoras, que obrigam ao cumprimento escrupuloso das normas de produção regulamentadas”.
O caso está a ter repercussões nas vendas de produtos regionais como a conhecida Alheira de Mirandela com o cancelamento de encomendas e os produtores a serem confrontados com pedidos de esclarecimentos de clientes e consumidores.
{relacionados}
Até ao momento não são conhecidos mais casos de botulismo alimentar, além dos três detectados este mês e divulgados, no sábado num comunicado conjunto da Direcção-Geral da Saúde, Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.
A origem destes casos foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca "Origem Transmontana” e, após investigação, as autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca "Origem Transmontana”.
Na nota de imprensa emitida é explicado que o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.
A investigação, a cargo da ASAE prossegue com “acções de fiscalização junto da produção, e na rastreabilidade dos produtos com vista ao apuramento dos factos bem como à adopção das medidas cautelares consideradas adequadas”.
O responsável pela empresa de Bragança ligada à polémica continua a não prestar declarações sobre o assunto.
A empresa em causa foi criada para comercializar/distribuir "o que de melhor se produz na região", desde fumeiro, compotas, queijos, comprados a produtores ou de produção própria e vendidos com a marca "Origem Transmontana".
Lusa
