O “Livre/Tempo de Avançar” andou ontem por Braga e amanhã estará em Viseu. Rui Tavares acredita no sucesso do “movimento muito enraizado a nível local” para uma candidatura que tem menos de um ano e é feita de “gente com muita experiência política” – fazem parte do Livre/Tempo de Avançar quatro pessoas que foram deputados na Assembleia Constituinte – e de “gente que chegou à candidatura através das redes sociais”.
Rui Tavares afirma estar a encontrar uma “receptividade bastante grande” mas também “uma preocupação grande em como é que a esquerda pode vir a governar”. Ao i, afirma: “Vemos uma espécie de oscilação de disponibilidades no dia-a-dia. Um dia PCP e Bloco de Esquerda mostram disponibilidade de diálogo e em outros, como hoje [ontem] Jerónimo de Sousa e Catarina Martins põem totalmente de parte a possibilidade de convergência para uma governação de esquerda”. Segundo Tavares, “vamos encontrando pessoas com grande ansiedade sobre a possibilidade” da esquerda conseguir uma maioria.
Enquanto Bloco e PCP “oscilam”, Rui Tavares reclama que a candidatura Livre/Tempo de Avançar “permite pôr a direita na oposição e permite pôr a esquerda a governar à esquerda”. “Nota-se da parte das pessoas um receio muito grande de uma votação no PS, que muitos julgam que não dá garantias de mudança efectiva e que alguns têm medo de que se possa aliar à direita”, afirma o fundador do Livre.
Para resolver o problema da governabilidade da esquerda, Rui Tavares defende que “a única maneira” é a candidatura Livre/Tempo de Avançar “ter uma votação que permita dizer que há uma dinâmica nova na esquerda portuguesa, uma efectiva maioria de esquerda”. O objectivo eleitoral é eleger um grupo parlamentar que possa dar essas garantias.
Tavares lembra que sempre foi “coerente relativamente à necessidade da esquerda se sentar à mesa”. “Fizémo-lo quando era difícil, fomos alvo de muitas críticas e injustiças. Continuamos a dizer que o facto desta direita não ter maioria absoluta põe uma responsabilidade muito grande na esquerda”, diz Tavares, para quem a esquerda “tem a obrigação de encontrar uma alternativa de governo”. “Somos a única novidade na política portuguesa. Esta candidatura é a única que ao chegar à Assembleia da República não permite que a política em Portugal continue a ser a mesma coisa, com a mesma agenda e desesperança”.