O líder socialista começou um almoço em Águeda a atirar às contas públicas conhecidas esta quarta-feira e a garantir que o desvio não vai obrigar a alterar o programa do PS. A palavra do líder socialista está dada, apesar de o PS assumir o peso da “operação BES” para o que aí vem. O relatório publicado pelo INE veio dar um empurrão aos socialistas que não têm falado de outra coisa.
“Com este resultado não temos de alterar em nada o nosso programa. Tínhamos uma previsão com o serviço da dívida que conforta este resultado, porque tínhamos uma previsão realista de qual era o estado e em que ponto estaríamos da nossa dívida pública”. Para sustentar a afirmação, Costa repetiu as previsões que constam do estudo de impacto financeiro do seu programa eleitoral, apurado pelo grupo e economistas do PS, e disse que as suas “contas foram feitas com muita prudência e sem esperar por milagres.
“Sempre dissemos que o ponto de partida não seriam os 2,7% previstos pelo governo e alinhávamos pela previsão da Comissão Europeia que andaríamos entre os 3 e os 3,3% no final deste ano”. A isto Costa ainda acrescentou o argumento das previsões sobre a dívida pública, meta em que garante que os socialistas foram “ultra prudentes”, prevendo 117% do PIB, em vez de 107, como o executivo.
É com base nisto que Costa garante que “apesar do fracasso do governo”, o programa do PS “mantém-se sólido e credível”: “Está provado quem foi prudente conservador e moderado no desenho do programa económico.”
Num discurso apontado à credibilidade do governo, em dia de relatório de contas públicas, Costa aproveitou para reforçar o ataque ao governo chamando “ficção” às contas inscritas no Programa de Estabilidade entregue em Bruxelas em Abril. “Para todas as contas daquele programa baterem certas, seria necessária uma redução muito significativa do serviço da dívida, dos encargos da dívida”, argumentou.
O líder dos socialistas é duro neste ponto e diz: “Eles não merecem confiança porque mentiram na última campanha eleitoral, fracassaram na acção governativa, mas também pelo programa que apresentam que, à primeira, se revelou ser fantasioso, não credível, aventureirista e absolutamente impossível de ser executado nas actuais condições financeiras”.
SNIPER Antes do líder do partido, falou o líder do PS-Aveiro e cabeça de lista pelo distrito, Pedro Nuno Santos, seguindo a mesma linha de raciocínio. Mas no seu discurso teve um alvo mais concreto: Paulo Portas. O vice-primeiro-ministro e líder do CDS já foi cabeça de lista por Aveiro, agora não é: “Porque nós já o conhecemos”. À garantia, o líder PS-Aveiro junta um novo nome de guerra para Portas: “Triste fim este, de ver Paulo Portas como mero sniper pessoal de Pedro Passos Coelho”. O deputado do PS é visto como um dos possíveis futuros líderes do PS e deixa um aviso relativo às próximas legislativas: “Nós não temos o direito de falhar.”