O presidente executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, já pediu demissão. O CEO está sob pressão desde que foi revelado que a fabricante alemã estava a falsear dados sobre as emissões dos seus carros a gasóleo.
"Estou chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou chocado que uma má conduta em tal escala seja possível no Grupo Volkswagen", revelou em comunicado, acrescantando ainda que "Como CEO, aceito a responsabilidade pelas irregularidades que foram encontradas nos motores a diesel e, como tal, solicitei ao conselho de supervisão que aceite a minha demissão do cargo de CEO do Grupo Volkswagen. Faço isto no interesse da empresa, embora não tenha conhecimento de nenhuma atitude errada da minha parte".
Ainda ontem, Martin Winterkorn tinha pedido desculpa pela segunda vez por ter “traído a confiança de milhões de pessoas”, garantindo que a manipulação na Volkswagen “nunca mais poderá acontecer”, mas não deu indicações que se iria afastar do cargo.
Aliás, a imprensa alemã avançou, esta terça-feira, que Martin Winterkorn iria estar de saída da empresa, sendo substituído no cargo pelo actual CEO da Porsche, Matthias Müller. As mesmas fontes deram conta que essa decisão seria tomada na reunião de administração marcada para a próxima sexta-feira, 25 de Setembro. Um cenário afastado no mesmo dia por um porta-voz da fabricante alemã ao dizer que a notícia é “um disparate” e que um dos pontos que será discutido nesta reunião será mesmo a extensão do contrato do actual presidente até 2008.
O pedido de demissão é feito no dia em que a justiça alemã anunciou que iria avançar com uma investigação preliminar à empresa.
A Procuradoria-Geral alemã decidiu investigar a Volkswagen "em conexão com as acusações de manipulação de emissões dos veículos a gasóleo", revelou, esta quarta-feira, em comunicado o promotor de Brunswick, a norte da Alemanha.
Para já, vai ser feita uma "recolha e avaliação de todas as informações", bem como "de várias queixas" apresentadas contra o fabricante, desde o surgimento do escândalo.
A Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou na sexta-feira a empresa de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um 'software' incorporado no veículo, enfrentando uma multa que pode ir até aos 18 mil milhões de dólares (cerca de 15,9 mil milhões de euros ao câmbio de hoje).