Catarina Martins. “Passos anda de lapso em lapso até à mentira final”

Catarina Martins. “Passos anda de lapso em lapso até à mentira final”


A líder do BE afirmou que os “cofres apetrechados” de Passos estão “cheios de dívidas gigantescas das pessoas que quiseram trabalhar uma vida inteira neste país”.


"Pedro Passos Coelho anda de lapso em lapso até à mentira final". A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins não deixou escapar o lapso do primeiro-ministro Passos Coelho sobre o pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional no valor de 5,4 milhões de euros, que na verdade, era um reembolso de uma obrigação do Tesouro herdada do anterior governo socialista.

A expressão "cofres apetrechados " utilizada por Passos para assegurar que o Estado não será lesado com o adiamento do Novo Banco, levou Catarina Martins a questionar o verdadeiro sentido da frase: "estão cheios de quê? Cheios de dívidas aos pensionistas? Cheios de precariedade e salários baixos?", concluiu ao afirmar que este discurso "ofende as pessoas".

A líder bloquista visitou o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, uma unidade do Instituto Politécnico de Leiria, inaugurado em Julho deste ano pelo Presidente da República Cavaco Silva, que conta com uma equipa de cerca de 70 investigadores que já realizaram mais de 60 projectos que se associam a várias empresas nacionais e internacionais. Da carteira científica de projectos, Catarina Martins conheceu alguns, visitando os diversos laboratórios onde se trabalham produtos marítimos como as algas para criar novos alimentos: pão, gelado e até gin extraído destas ervas marinhas.

André Horta tem 25 anos e é bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que financia as bolsas do IPL, e fez o seu percurso académico, da licenciatura ao mestrado neste Instituto, estando agora à espera de realizar o seu doutoramento. "Estou a trabalhar em vários projectos, como chá de tisanas ou pão de algas, mais nutricional e com valores reduzidos de sal", explicou o bolseiro.

Mas para André, o seu percurso, tal como de outros colegas, tem de passar pelo estrangeiro para "ganhar experiência", já que em Portugal, "se os doutoramentos são difíceis, um contrato efectivo ainda é pior", passando de bolsas em bolsas sem conseguir alcançar por um lado, um orientador para o seu doutoramento, mas também uma oportunidade de trabalho. Ao desânimo visível do jovem investigador, a candidata pelo BE/Porto espera que "agora se arranje um contrato". Uma mensagem que transmitiu a todos os bolseiros com quem falou durante esta visita.

Aos jornalistas Catarina Martins revelou-se "feliz" por perceber que este projecto foi para a frente, depois do ano passado uma delegação do IPL se ter deslocado até à Assembleia da República para discutir políticas de investimento na área da investigação científica. A campanha do Bloco quer então "mostrar o melhor que o país tem", e ajudar a "mudar radicalmente as condições precárias em que se faz investigação no país".

Se de facto existiu apoio financeiro dos sucessivos governos do PS e do PSD, esse investimento foi feito, segundo a líder bloquista, "na extrema precariedade, pois temos hoje projectos de qualidade reconhecidos internacionalmente, e estas pessoas não sabem se podem cá ficar ou construir a sua vida", rematou.

À noite é tempo de jantar-comício em Leiria, com os discursos do cabeça-de-lista pelo distrito Heitor de Sousa, a eurodeputada Marisa Matias e claro, Catarina Martins.