A pré-campanha foi esclarecedora?
Não. Em questões essenciais, o PS foi pouco claro. Não diz porque não admite a hipótese de reestruturar a dívida nem o que é uma interpretação inteligente do pacto orçamental. Basta lê–lo para perceber que não há duas interpretações. E é extraordinário que o PS declare que vai fazer mais privatizações.
É António Costa quem parte mais fragilizado para a campanha?
Mais fragilizada está a coligação. Está a pintar um cenário paradisíaco, mas se for governo vai aplicar mais austeridade. Mas entre uma vitória da direita ou do PS, desejo que o PS vença. Acho é que os partidos à esquerda do PS têm de sair da imagem de que não estão dispostos a governar. O PC e o BE têm de encontrar uma plataforma de entendimento e alargá-la a muita gente à esquerda do_PS.
As sondagens revelam muitos indecisos. O que explicará isto?
Há uma hesitação sobre se o PS é uma boa alternativa e se não valerá a pena – eu acho que vale – votar à esquerda do PS. O ideal seria o PS ganhar, mas ter de conversar com os partidos à esquerda.
Como se aproximou do BE?
As divergências com o PS vêm de há algum tempo. Impressiona-me que aceite passivamente as imposições do pacto orçamental.