Grécia. Syriza admite coligação com Pasok

Grécia. Syriza admite coligação com Pasok


No último dia da campanha, Tsipras pediu que não lhe voltem as costas e Meimarakis pediu que não se dê nova oportunidade ao Syriza. Tsipras admite coligação com os socialistas do Pasok


Alexis Tsipras e Evangelos Meimarakis, líderes do Syriza e da Nova Democracia, continuam taco a taco nas sondagens e esta sexta-feira à noite, último dia de campanha, aproveitaram para disparar os últimos cartuchos. Tsipras reuniu os seus apoiantes na praça Syntagma, Meimarakis apostou num encontro com uma associação feminina.

"A escolha que enfrentam é virar as costas ou continuar a lutar em conjunto. Virar as costas significa o regresso a um caminho com 40 anos que encheu os gregos de dívidas", disse Tsipras na praça Syntagma, onde contou com o apoio de Pablo Iglesias, do espanhol Podemos, e dos líderes dos Verdes alemães e do Partido Comunista Francês.

"Com todas as promessas que quebrou e os danos que provocou… porque deveriam dar uma segunda oportunidade a Tsipras?", questionou por seu turno Evangelos Meimarakis, no encontro com a associação feminina, conservadora.

Com as sondagens a apontarem para uma votação equilibrada entre Syriza e Nova Democracia, cenário que implica que nenhum dos partidos conseguirá a maioria parlamentar sozinho, a discussão sobre as hipóteses que cada partido terá para conseguir uma coligação maioritária marcou muito a campanha nas últimas semanas. Também aqui Syriza e ND divergem.

Por um lado, Meimarakis assume que em caso de vitória convidará o Syriza a fazer parte do executivo, para assim terem o mínimo de 151 deputados exigidos para a maioria. Mas o oposto não se verifica. Tsipras recusou ao longo de toda a campanha qualquer hipótese de entendimento com a Nova Democracia.

Sem este entendimento entre os partidos com maiores intenções de voto, o partido vencedor deverá ser obrigado a aliar-se com dois partidos pequenos para chegar aos 151 deputados.

"O nosso objectivo é ter a maioria sozinhos. Mas mesmo que não tenhamos a maioria, teremos seguramente um governo logo depois da primeira ronda de consultas com os outros partidos", assegurou Alexis Tsipras esta sexta-feira, já numa entrevista à televisão grega "Antenna". E quem serão os aliados do Syriza? Tsipras apontou os socialistas do Pasok e os centristas do Potami como os mais prováveis.

Segundo a lei grega, e independentemente da vantagem sobre o segundo, o partido vencedor ganha automaticamente 50 lugares extra no parlamento. Depois das eleições, e sem uma maioria de um partido, os três partidos mais votados são convocados à vez e terão três dias para formar uma coligação através de contactos com as restantes organizações políticas.