Inglaterra-2015. O mundo será oval durante seis semanas

Inglaterra-2015. O mundo será oval durante seis semanas


Oitava edição do Mundial de rugby arranca esta noite com um encontro entre Inglaterra e Ilhas Fiji.


É hoje, a espera acabou. Quatro anos depois de a Nova Zelândia se ter sagrado campeã mundial na final com menos pontos da história (8-7 sobre a França), 20 equipas entram em Inglaterra – e Cardiff – para definir quem será o oitavo vencedor da prova.

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Até agora, o hemisfério sul tem um domínio esmagador (Nova Zelândia-2, Austrália-2 e África doSul-2), mas não há melhor local possível para a Europa reclamar legítimas aspirações do que no país da única selecção que se conseguiu intrometer na festa dos três magníficos – Inglaterra foi campeã na Austrália em 2003.

Os olhos estarão todos na selecção treinada por Stuart Lancaster. Porque está a jogar em casa e porque o grupoA é considerado o mais difícil de sempre, numa conjugação que tem merecido críticas sucessivas à organização por ter feito o emparelhamento em 2012, quando o ranking estava muito diferente.

Três anos depois, o grupo terá quatro equipas que estão nos primeiros nove lugares da tabela:Austrália-2, Inglaterra-4, País de Gales-5 e Ilhas Fiji-9. Fora das contas, à partida, está o Uruguai-19.

Não haverá jogos fáceis no grupo A. A competição arranca esta noite com o Inglaterra-Fiji (20h00, Sport TV5) e a margem de erro é nula, inclusive contra o Uruguai, uma vez que o número de ensaios poderá vir a fazer a diferença no final. Até lá, e não ignorando a possibilidade de as Ilhas Fiji poderem provocar surpresas, Austrália, Inglaterra e País de Gales são os candidatos às duas vagas nos quartos-de-final.

Na teoria, a fava poderá estar a caminho dos galeses: porque não têm o mesmo poder da Austrália, porque não jogam os encontros decisivos em Cardiff (duelos com ingleses e australianos são em Londres) e, acima de tudo, por terem somado lesões em elementos-chave durante a preparação – Leigh Halfpenny, Rhys Webb e Eli Walker.

A conjuntura negativa do grupo A não termina por aqui. Se um dos grandes nomes mundiais ficará afastado logo à partida, haverá um outro – o segundo classificado – que terá um cruzamento nos quartos--de-final que todos desejavam evitar: a África do Sul.

Os springboks têm na Escócia e Samoa os grandes rivais, mas devem passar com êxito num grupo B que conta ainda com Japão e EUA. Será ainda uma excelente oportunidade para o experiente Bryan Habana (32 anos) tentar bater o recorde de ensaios em Mundiais, detido por Jonah Lomu (15). Para já, o jogador do Toulon com 110 internacionalizações leva dez.

O grupo C é o da Nova Zelândia. Os All Blacks são a equipa mais famosa do mundo, mas têm a fama de tremer nos grandes palcos. Antes da vitória tangencial em 2011, não venciam uma fase final desde o primeiro Mundial, em 1987. Agora, terão o objectivo de se isolarem com três títulos e de se tornarem a primeira selecção a conquistar a Taça do Mundo em edições consecutivas.

Na primeira fase, Argentina,Tonga, Geórgia e Namíbia serão adversários com um grau de dificuldade demasiado baixo, na opinião de Jonah Lomu. O histórico all black relembrou a necessidade de haver jogos difíceis antes da fase a eliminar, para que nada falhe nos momentos decisivos. Aí, o grupo A promete estar bem preparado. 

O grupo D funciona como um mini Seis Nações, com Irlanda, França e Itália a discutirem os primeiros lugares – Canadá e Roménia vão lutar para fugir à cauda. A Irlanda, bicampeã do Seis Nações, parte com ligeiro favoritismo e quererá confirmá-lo na última jornada, com a França. Porque tudo indica que quem perder esse duelo jogará com a Nova Zelândia nos quartos-de-final. Outra fava.