Isto por causa de “problemas sérios de credibilidade” e “fraco sentido de Estado”.
“A comunicação social não é a culpada da degradação do regime democrático em Portugal, mas tem uma quota de responsabilidade enorme”, sustentou, durante uma conferência sobre Modelos de Negócios e Comunicação Social, no Porto.
O antigo autarca afirmou que, actualmente, a prioridade da comunicação social é “tudo menos social”, tendo como preocupação o que “dá lucro, o que vende e o que não dá prejuízo”.
Considerando que os órgãos de comunicação social não têm cumprido a sua “importantíssima” função de informar, apresentando sérios problemas de credibilidade com “demasiadas” notícias deturpadas, onde são esquecidos os critérios de verdade, rigor, isenção e independência.
Além disso, Rui Rio entende que os jornalistas estão “sistematicamente” a violar o segredo de justiça e a fazer julgamentos populares, algo “completamente inaceitável” e um “crime brutal”.
Na sua opinião, o que é “fútil” e “fora do comum” é o que hoje em dia toma conta do panorama informativo e os jornalistas são verdadeiros “devoradores” de “fardos de palha” que lhes são atirados por habilidosos interlocutores.
O ex-autarca acrescentou que “a liberdade de imprensa é o pilar da democracia e que, sem ela, a democracia não existe”.
Rui Rio frisou, ainda, que a comunicação social está a alienar o poder de investigar e trazer “ao de cima” o que verdadeiramente é um escândalo porque, actualmente, “tudo é um escândalo, seja a notícia verdadeira ou falsa”.
Lusa