A moral publicitária


São todos gente. Boa gente. Bondosa, mas com um problema: a defesa de políticas económicas que prejudicam os mais pobres e desfavorecidos e que visam um ascendente político do Estado sobre os cidadãos. 


© Esquerda.net

É curioso como as pessoas de esquerda se assumem como moralmente superior às demais. É como se alguém, apenas por se dizer de esquerda, fosse certificada de uma bondade inerente às suas crenças. 

Com as eleições à porta, este fenómeno intensifica-se. Veja–se, a título de exemplo, os cartazes do Bloco de Esquerda apelidando as suas gentes como de verdade, como se os demais fossem de mentira; o do Agir com a gente que não se vende; do PCP e a gente séria; e até o livro de Juan Carlos Monedero, um dos fundadores do Podemos em Espanha e defensor das políticas de Chávez, e que se chama “Curso Urgente de Política para Gente Decente” (Marcador). Gente decente.

São todos gente. Boa gente. Bondosa, mas com um problema: a defesa de políticas económicas que prejudicam os mais pobres e desfavorecidos e que visam um ascendente político do Estado sobre os cidadãos. Como a experiência do nazismo e do comunismo nos mostra, um excessivo poder do Estado sobre as pessoas leva ao autoritarismo e à prepotência com força de lei. 

Por ironia, é precisamente esta evidência que lhes permite continuar. É que a exibição de uma prerrogativa moral, qual pacote publicitário, cria como que uma barreira que impede a discussão daquilo que defendem. Se a melhor estratégia é o ataque, o que a esquerda radical faz mais não é que desviar as atenções, colocando o ónus nos outros, que se vêem forçados a explicar-se em vez de os indagarem com base em factos sobejamente conhecidos e experimentados.

Advogado. 
Escreve à quinta-feira 

A moral publicitária


São todos gente. Boa gente. Bondosa, mas com um problema: a defesa de políticas económicas que prejudicam os mais pobres e desfavorecidos e que visam um ascendente político do Estado sobre os cidadãos. 


© Esquerda.net

É curioso como as pessoas de esquerda se assumem como moralmente superior às demais. É como se alguém, apenas por se dizer de esquerda, fosse certificada de uma bondade inerente às suas crenças. 

Com as eleições à porta, este fenómeno intensifica-se. Veja–se, a título de exemplo, os cartazes do Bloco de Esquerda apelidando as suas gentes como de verdade, como se os demais fossem de mentira; o do Agir com a gente que não se vende; do PCP e a gente séria; e até o livro de Juan Carlos Monedero, um dos fundadores do Podemos em Espanha e defensor das políticas de Chávez, e que se chama “Curso Urgente de Política para Gente Decente” (Marcador). Gente decente.

São todos gente. Boa gente. Bondosa, mas com um problema: a defesa de políticas económicas que prejudicam os mais pobres e desfavorecidos e que visam um ascendente político do Estado sobre os cidadãos. Como a experiência do nazismo e do comunismo nos mostra, um excessivo poder do Estado sobre as pessoas leva ao autoritarismo e à prepotência com força de lei. 

Por ironia, é precisamente esta evidência que lhes permite continuar. É que a exibição de uma prerrogativa moral, qual pacote publicitário, cria como que uma barreira que impede a discussão daquilo que defendem. Se a melhor estratégia é o ataque, o que a esquerda radical faz mais não é que desviar as atenções, colocando o ónus nos outros, que se vêem forçados a explicar-se em vez de os indagarem com base em factos sobejamente conhecidos e experimentados.

Advogado. 
Escreve à quinta-feira