Storik Tapas. Os petiscos moram mesmo ao lado das flammekueche

Storik Tapas. Os petiscos moram mesmo ao lado das flammekueche


Pratos pequenos, outros grandes, depende do gosto e de quantos são. Para dividir ou nem por isso, mas com propostas para tudo o que é garfo.


Nuno Ferreira não foi a Estrasburgo por causa do Parlamento Europeu. Não que lhe ficasse mal mas havia outros interesses. Aquela era uma viagem de férias, a mesma que o fez trazer as flammekueche (flammes para os amigos) para abrir o Storik no Chiado. Mas não chegava. O empresário quis aproveitar o espaço mesmo ao lado para atrair outros clientes com propostas diferentes.

Depois do petisco com origem alsaciana, paredes-meias com o Storik original, Nuno Ferreira achou que era boa ideia procurar pessoas e origens distintas. Não é mal pensado. Inspirou-se no país Basco, juntou-lhe Portugal e pediu ao chefe Pedro Sommer para criar a nova carta do Storik Tapas. 

São mais de 100 tapas diferentes, apesar de no espaço caberem, por dia, cerca de uma dúzia. Quanto aos pormenores, fica este: o “Storik” do nome vem de stork, explica Nuno Ferreira, que significa “cegonha” em inglês. Porque sim.

Na carta, há agora tabuinhas e tábuas à séria, tachinhos e tachos, é tudo uma questão de tamanho, que aqui importa e muito. Se no Storik, os clientes rondam os 25, 30 anos, até pelas flammes que no aspecto fazem lembrar pizzas, Nuno Ferreira quer apontar para os 35 e mais, como o novo tipo de clientes doStorik Tapas. Mas que ninguém pense duas vezes em entrar ou não se a idade é o critério. Nada disso.

A escolha é diversa, não só no que diz respeito às tais dimensões dos pratos , mas sobretudo quando chegamos à comida propriamente dita (é isso que interessa, não é?). Entre as tabuinhas, há atum com escabeche, blinis de presunto, espargos e queijo creme, creme brulée de cogumelos com parmesão, estupeta de bacalhau ou brusqueta de pato com cebola caramelizada e nozes.

Para acompanhar, só há um tipo de vinho. Ou antes, vários, mas do mesmo produtor: João Portugal Ramos. A parceria surgiu este Verão e o “Pouca Roupa” passou a ser o vinho da casa. O tinto, branco e rosé do Alentejo e o vinho verde DOCLoureiro. O resto das propostas, todas de JoãoPortugal Ramos, estão na carta para serem bebidas na sala em cima, que aparenta um wine bar ou mesmo uma sala de prova. A decoração, simples, funcional, descontraída e até informal, com toque de arquitecto, está a pedir o copo na mão.

Das tabuinhas para as tábuas, a variedade passa pelo atum braseado com tártaro, brie gratinado com marmelada, camarões panados em amêndoa com chutney de manga e gengibre, espargos salteados sobre ailioli, ovo escalfado e lascas de S. Jorge, queijo creme de ervas e raspa de ovo cozido. 

Mas como a vida corre ao almoço e ao jantar, também há propostas para comidas mais substanciais entre tachos e tachinhos, com açorda de bacalhau (na broa), açorda do mar com coentros (na broa), arroz de ameijoas, bife de espadarte com molho de tomate rústico, bochechas de porco guisadas com ensopado de grão e jus de hortelã, cachaço de porco confitado, cataplana, filetes de polvo com arroz de cenoura, lascas de bacalhau sobre puré de grão e poejos. 
Nuno Ferreira aposta agora num público mais vasto que também inclui os turistas que passam às centenas pela porta que dá para a Rua do Alecrim, perto do Cais do Sodré.

Rua do Alecrim, 30B, Lisboa; das 12 às 15h e das 19 às 23h, sexta e sábado até à 01h, domingo a partir das 13h; 966 198 177