O banco bom que saiu da resolução do antigo Banco Espírito Santo já não deverá ser vendido, avança o Financial Times. Segundo a publicação, o Banco de Portugal deverá anunciar ainda esta terça-feira esse adiamento do processo de venda, possivelmente para depois das eleições.
Já este final de semana Marques Mendes tinha adiantado que o supervisor do sistema financeiro o ia fazer, e o Diário Económico escrevia na edição de ontem que este era o cenário mais provável: cancelamento e adiamento da decisão de venda para depois de dia 4 de Outubro.
O falhanço das negociações com os chineses da Fosun e da Anbang parecem estar na génese desta decisão, embora o Banco de Portugal ainda não tenha dado qualquer resposta oficial sobre o assunto. No entanto, os rumores de que o valor oferecido estaria muito abaixo dos 4.900 milhões de euros que foram injectados aquando da criação do banco terá feito o Banco de Portugal decidir aguardar.
Já na última semana o presidente do BCP, Nuno Amado, alertou para os riscos de uma venda apressada da instituição. Isto porque um valor menor de venda terá consequências directas para o sector financeiro, uma vez que é o fundo de resolução o credor do Novo Banco. E são os bancos do sistema financeiro nacional quem suporta o Fundo de Resolução.
Segundo as regras que regem as resoluções de instituições financeiras, o Banco de Portugal tem até Agosto de 2016 para proceder à alienação do Novo Banco, embora esse prazo possa ser estendido até 2019, assim o supervisor considere necessário.