Pagar hoje uma compra com cartão sem introduzir o código PIN já é uma realidade mais massificada. Os cartões contactless entraram no mercado português há perto de dois anos e era possível encontrar este sistema em alguns espaços em centros comerciais, mas recentemente o grupo Sonae também já aderiu a esta “moda”, assim como o Lidl. Fonte oficial do Pingo Doce garante ao i que esta solução está em desenvolvimento, contando que esteja em plena utilização em 2016.
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Um cartão contactless é um cartão de débito ou crédito normal mas que traz incluído um chip de comunicação sem fios. Ao aproximar o cartão de um terminal compatível com esta tecnologia, a transacção fica automaticamente validada em poucos segundos. Esta tecnologia pode também estar disponível em dispositivos móveis, nomeadamente em telemóveis (smartphones).
Por questões de segurança, só é possível pagar compras abaixo de 20 euros e só é permitido fazer quatro operações por dia. No fundo, só se consegue fazer pagamentos com este sistema até 80 euros por dia.
Os clientes que se sentirem inseguros podem recusar os cartões com esta tecnologia
No caso da Caixa Geral de Depósitos, o limite é de três utilizações, e na quarta operação já é pedido o PIN. Uma vez ultrapassados estes limites, o cliente só pode voltar a efectuar pagamentos contactless depois de realizar uma nova operação (em TPA ou em caixa automático) com inserção do respectivo código de segurança.
As instituições defendem que esta tecnologia é mais cómoda e evita a entrega do cartão ao comerciante, mas ao que o i apurou há muitos consumidores que não se sentem seguros por considerarem que há uma maior possibilidade de usos fraudulentos.
O que é certo é que os clientes que se sintam incomodados com este sistema podem recusar cartões com esta funcionalidade ou, caso já os tenham em seu poder, podem pedir a emissão de um novo cartão sem essa característica. Numa ronda feita pelo i junto de várias instituições financeiras, esse pedido de troca é possível e custa a anuidade de um novo cartão.
No entanto, de acordo com as mesmas, “para já, os consumidores estão a reagir bem a esta nova funcionalidade” e admitem que só agora irão “começar a verificar um maior uso destas operações, porque até aqui os espaços comerciais ainda não tinham investido muito nesta técnica”.
Segurança
Em relação às questões de segurança, os mesmos bancos lembram que, em caso de perda ou roubo, os cartões devem ser cancelados, tal como acontece com os outros. “Numa situação destas, os clientes têm de cancelar o cartão junto do banco e pedir uma nova emissão.
Não é por ser contactless que devem ter outro comportamento”, salienta, reconhecendo, no entanto, que ao não exigir PIN os cuidados terão de ser “redobrados”, mas lembrando que já há muitos anos que é possível pagar portagens com cartão de débito ou crédito sem marcar o código pessoal.
A verdade é que as dúvidas quanto à segurança continuam a ser muitas. Ainda ontem, o Banco de Portugal considerou importante que “os titulares de cartões de pagamento contactless sejam devidamente informados sobre as características e as condições de utilização destes cartões”, acrescentando ainda que “os prestadores de serviços de pagamento que emitiram ou que emitam cartões de pagamento com a tecnologia contactless devem, assim, informar os respectivos titulares sobre as características, as condições e os limites de segurança associados à utilização destes cartões”.
O órgão liderado por Carlos Costa lembra ainda que já há alguns anos os prestadores de serviços de pagamento emitem cartões de pagamento com a tecnologia contactless, mas “apenas recentemente se verificou a disponibilização pelos comerciantes, de forma relativamente generalizada, da possibilidade de os clientes efectuarem os seus pagamentos com recurso a esta tecnologia”.
A Visa Portugal já garantiu que em Portugal vão ser emitidos cinco milhões de cartões contactless e 15 mil terminais compatíveis com a tecnologia. “Investimos mais de 200 milhões de euros por ano em novas tecnologias de pagamentos. Se os retalhistas investirem apenas uma fracção das suas poupanças, poderemos trabalhar verdadeiramente juntos para dar um salto em frente e melhorar a experiência do consumidor”, salientou a empresa.