Já lhe chamam o S. João da música e está de volta este sábado. Uma noite para a cidade sair à rua e conhecer espaços, culturas e estilos improváveis, que nem sempre nos aparecem à frente no dia-a-dia. E que nos leva sempre a qualquer sítio onde ainda não tínhamos estado.
A D’bandada (agora com a marca NOS) é uma festa em sentido amplo, com formatos imprevistos (podem existir concertos dentro de um eléctrico, actuações em varandas e performances em montras de lojas) e em geografia circunscrita (à baixa). São mais de 20 palcos e um programa que começa à tarde e acaba quando acabar.
Verdadeiramente ecléctico quanto se pode e deve ser entre a electrónica de Alex FX, o fado de Carminho e outras músicas tão novas e tão fora do mainstream que não ainda não sabemos ao certo o que é que são.
De uma cidade onde pouco acontecia a uma cidade onde tudo pode acontecer, a grande mudança que se deu no Porto tem também a ver com a disponibilidade dos públicos para conhecerem, escolherem e terem critério quanto àquilo em que querem participar. E, no entanto, o que não falta é precisamente adesão, participação e entusiasmo.
Assim se explica que, na mesma semana em que a Feira do Livro está cheia, a francesinha está em força na baixa e a Universidade (que é a maior do país em número de inscritos) assinala a recepção a mais 4 mil novos alunos, haja espaço, tempo e vontade para uma noite que, embora se repita, acaba por ser todos os anos única. E que já assumiu a sua posição no calendário festivo da cidade. Próxima de ser tão popular e democrática como o S. João de Junho, a D’bandada funciona em dois sentidos: toda a gente sai para a rua e quem vem de fora aproveita para invadir a cidade. É a confusão geral em versão 24 horas, um party people multicultural do século XXI. Neste formato, pode ser só uma vez por ano. Mas é muito bom.
Escreve à quinta-feira