Mais de 3.500 taxistas manifestaram-se contra a Uber

Mais de 3.500 taxistas manifestaram-se contra a Uber


Mais de 3.500 taxistas de Lisboa Porto e Faro protestaram hoje nestas cidades contra o transporte de passageiros pela empresa que utiliza a aplicação Uber, que acusam de actuar ilegalmente em Portugal.


Os taxistas acusam a empresa de actuar ilegalmente em Portugal, o que é negado pela Uber, que assegurou à Lusa cumprir “inteiramente a legislação em vigor” e funcionar com “parceiros licenciados”, que pagam impostos.

Em Lisboa, a marcha lenta que partiu do Parque das Nações rumo ao Ministério da Justiça, na Praça do Comércio, passou pelas principais artérias da cidade e chegou a reunir cerca de três mil táxis, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), que organizou.

Em Lisboa, representantes dos taxistas foram recebidos no Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que lhes assegurou que irá discutir com o ministro da Economia uma solução, esperando ter uma resposta “nos próximos dias”.

Na zona do IMT, na Avenida das Forças Armadas, ocorreram algumas altercações e arremesso de ovos entre taxistas que se manifestavam e taxistas que se encontravam ao serviço.

Um repórter fotográfico chegou mesmo a ser agredido com dois murros. Na ocasião, elementos da organização do protesto pediram de imediato desculpa pelo ocorrido.

"Eles (Uber) fazem concorrência desleal. Se tivermos todos as mesmas regras não há problema. Agora, nós, taxistas, temos mais obrigações que eles", frisou João Ferreira, taxista há mais de 22 anos, que hoje participou no protesto em Lisboa.

No Porto, cerca de 800 taxistas participaram numa marcha lenta que partiu do Castelo do Queijo, passou na Baixa, na VCI e no aeroporto e que se dirigiu para o ponto de partida.

Os condutores dos táxis, oriundos de toda a Área Metropolitana do Porto e de algumas cidades do Norte e Centro, fizeram todo o percurso sem provocar grandes incidentes, sendo acompanhados por forte dispositivo policial.

O único caso ocorreu na Via de Cintura Interna, sentido Porto/Arrábida, quando dois taxistas atiraram pedras à viatura de um colega que circulava em sentido contrário, presumindo-se que fosse por não ter aderido ao protesto.

Mais de centena e meia de taxistas aderiram ao protesto em Faro, numa marcha lenta que partiu do Parque das Cidades, junto ao estádio Algarve, e, durante aproximadamente duas horas, percorreu algumas das principais artérias da cidade, passando também pelo aeroporto local, terminando perto das 11:30 no Largo de São Francisco, na baixa da cidade algarvia.

O Tribunal Central de Lisboa aceitou a 28 de Abril deste ano uma providência cautelar interposta pela ANTRAL, e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, decisão que foi confirmada pelo mesmo tribunal em Junho.

No entanto, a ANTRAL acusa a Uber de “continuar a trabalhar da mesma forma” que trabalhava antes da decisão do tribunal.

Lusa