CAP junta-se à CNA nas manifestações em Bruxelas

CAP junta-se à CNA nas manifestações em Bruxelas


Agricultores protestam contra fim das quotas no leite e pedem mais promoção dos produtos da UE no mercado externo.


A Confederação dos Agricultores de Portugal junta-se esta segunda-feira à Confederação Nacional de Agricultores na manifestação que se realiza junto ao conselho de Ministros da Agricultura. Os protestos foram, convocado pelo Copa-Cogeca – organização europeia de agricultores, contra a situação “drástica “nos setores do leite, das frutas e das hortícolas, bem como das carnes de vaca e porco, na sequência do embargo comercial da Rússia aos produtos agrícolas europeus.

Os agricultores europeus pretendem assim confrontar os ministros europeus da agricultura com uma realidade que consideram grave e sem precedente, e reivindicar medidas urgentes que minimizem os efeitos do excesso de oferta dos produtos embargados no mercado interno europeu, nomeadamente uma intensificação da promoção em mercados alternativos.

O embargo russo está em vigor há um ano e os agricultores da UE consideram que estão a pagar a fatura de decisões de política internacional, às quais são alheios. De acordo com o Copa-Cogeca, os preços estão já abaixo dos custos de produção em muitos países, elevando o risco de falência de muitas explorações agrícolas.

Dados da Copa-Cogeca referem que as exportações europeias de peras e maçãs para a Rússia sofreram reduções de cerca de 90% e o setor das frutas e hortícolas não conseguiu encontrar mercados alternativos para a colocação destes produtos. No leite, e com o fim das quotas subsidiadas pela PAC. a situação é igualmente grave, com uma pressão muito significativa nos preços pagos aos produtores.

A análise dos mercados dos setores agrícolas, com destaque para o do leite e a carne de porco – nos quais a Comissão Europeia reconheceu já haver “dificuldades” – dominam a agenda da reunião dos ministros.

Portugal e pelo menos mais três Estados-membros defendem um aumento do preço de intervenção pública no mercado, atualmente fixados nos 0,21 cêntimos.

Bruxelas, por seu lado, não quer decisões que afetem a orientação para o mercado estipulada na política agrícola comum. 

Os preços pagos ao produtor têm sofrido quebras no setor do leite, com uma conjuntura marcada pelo fim das quotas de produção, um regime que terminou a 31 de março – após 30 anos em vigor -, e pelo embargo da Rússia a produtos da UE.