Queer Lisboa. Oito filmes que não vai querer perder

Queer Lisboa. Oito filmes que não vai querer perder


A 19.ª edição do Festival Internacional de Cinema Queer acontece entre 18 e 26 de Setembro, no Cinema São Jorge, em Lisboa. Dos 76 filmes anunciados, escolhemos oito.


Praia do Futuro

Quase a assinalar 20 anos de vida, o Queer Lisboa está de volta com uma programação recheada de surpresas, convidados e filmes em estreia nacional. Este ano, o Brasil é um dos países em destaque no festival e logo na sessão de abertura, com “Praia do Futuro”, de Karim Aïnouz, um dos nomes incontornáveis do cinema queer. O filme conta com Wagner Moura no papel de um nadador-salvador da Praia do Futuro que acaba por se apaixonar por um amigo do homem que salva e partir para Berlim, deixando o irmão Ayrton (Jesuíta Barbosa) para trás.

Eisenstein in Guanajuato

O filme de Peter Greenaway estreou na competição do Festival de Cinema de Berlim e foi escolhido para encerrar o Queer, a 26 de Setembro. Um retrato do visionário realizador russo Sergei Eisenstein (aqui interpretado por Elmer Bäck) e da sua misteriosa passagem pelo México. Foi em 1931 que Sergei Eisenstein viajou para Guanajuato para filmar “Que Viva México”, onde acabaria por encontrar uma nova cultura e começar uma revolução no seu interior. O filme tem tido boa aceitação por parte dos críticos de cinema.

 Lilting

“Lilting”, de Hong Khaou, estreou no Festival de Sundance do ano passado e acabou por ganhar um prémio, o de Cinematografia, na competição “World Cinema Dramatic”. O filme conta a história de uma mãe sino-cambojana
que tenta compreender o filho, Kay, depois da sua morte prematura em Londres. Apesar de não falarem a mesma língua, a perda acaba por ligá-la a outro homem, Richard, namorado de Kay. A comunicação é tão complicada que Richard contrata um tradutor para tornar tudo mais fácil e para que possam partilhar memórias.

Amor Eterno

O ano passado, Marçal Forés conquistou o Festival Internacional de Cinema de Sitges (terra conhecida também por ser a capital gay) com o filme “Amor Eterno”. O filme conta a história de um professor de uma escola de línguas que, no fim das aulas, se costuma passear pela zona de engate de Montjuïc, em Barcelona. É aí que encontra Carlos, um dos seus alunos, por quem sente uma atracção. A banda sonora da premiada longa-metragem está a cargo de Don The Tiger, também um artista emergente. Um filme bonito e obscuro, dizem as críticas.

El Hombre Nuevo

Stephania nasceu na Nicarágua, mas chamava-se Roberto. Foi adoptada por um casal uruguaio na revolução sandinista e, 30 anos depois, enquanto Stephania, luta pela aceitação da sociedade e da sua família. “El Hombre Nuevo”, o documentário de Aldo Garay em competição no Queer, é um retrato intimista da vida desta mulher, com cenas da vida quotidiana e entrevistas com amigos e familiares, como a sua mãe. Política, violência, drogas e prostituição são alguns dos temas abordados neste documentário, que também traça um retrato social desde os anos 70.

Nova Dubai

Já dissemos que o Brasil era um dos países em destaque no festival, com várias longas-metragens e realizadores convidados. Gustavo Vinagre, realizador de “Nova Dubai”, um filme onde o sexo é utilizado como arma política contra a especulação imobiliária, é um deles. O realizador vai discutir os limites da representação do sexo explícito num workshop intitulado “Ver ou não ver, eis a questão”. Do Brasil, a dupla de realizadores Filipe Matzembacher e Márcio Reolon também vai estar presente para apresentar “Beira--Mar”, em competição.

Pauline s’arrache

O filme francês “Pauline s’arrache” foi um dos mais comentados na secção da ACID, a Associação do Cinema Independente para a sua Difusão, que acontece durante o festival de Cannes. O filme da realizadora Emilie Brisavoine pode assemelhar-se a um longo vídeo publicado no YouTube por uma blogger adolescente e irritante, mas acaba por ser muito mais do que isso e vale a pena dar-lhe uma hipótese. Um olhar familiar e intimista, ou não estivesse a realizadora a filmar a sua própria família. A longa-metragem vai integrar a secção Queer Art.

Je Suis à Toi 

“Je Suis à Toi”, de David Lambert, na secção principal de competição desta 19.ª edição do Queer, conta a história de Lucas, um jovem argentino que se prostitui e que, para sair do seu país, conquista, através de um chat na internet, um padeiro belga gay, Henry, que lhe paga o bilhete de avião para que se possam finalmente ver. As coisas complicam-se quando Lucas se apaixona por uma empregada da padaria. O filme venceu o Grande Prémio do Júri no Festival de Cinema LGBT de Toulouse e também pode surpreender aqui.