O Porto vive uma imensa onda azul e branca que invade ruas, praças e jardins. Que polui, estraga e perturba. E não, não se trata de uma qualquer conquista futebolística. A invasão, que periodicamente se repete, é comunista. E em grande escala. Uma vergonha.
O Partido Comunista é o mais simpático partido português. Consta que tem um papel fundamental na vida política e que é um contrapeso do regime. Os comunistas já não assustam (até porque parece não haver o risco de ganharem eleições) e têm no camarada Jerónimo o líder que todos gostariam de ter: sensato, querido e amigável. Além de que protestar contra as injustiças do mundo e raramente assumir responsabilidades executivas, mesmo que só valha 10% dos votos, garante uma popularidade ilimitada.
A prática, porém, é terrivelmente opressiva. O PCP apossou-se de tudo o que é poste de iluminação ou semáforo e encharcou a cidade de pendões com o imperativo “Vota CDU”. Não interessa muito se é zona classificada ou protegida.
Muito menos se a peça é bonita. A Constituição permite, os regulamentos legais enquadram e o PC abusa. A democracia é uma coisa lindíssima. Especialmente quando não obriga a nenhum tipo de preocupação ambiental ou critério estético. A invasão comunista do espaço público é imparável e cria um cenário de poluição visual de proporções catastróficas.
No mundo moderno (e perfeito), não seriam precisos cartazes ou outdoors. Quando (dizem os especialistas) parte substancial e decisiva das campanhas se passa nas redes sociais, nos blogues e na internet em geral, era escusado multiplicar a Festa do Avante em cada esquina ou beco. A banda larga, do ponto de vista do PCP, só chegou mesmo à dimensão dos pendões. As regras são o que são. O PCP, defensor dos pobres e oprimidos, aproveita. Pior, em matéria de ocupação de jardins, só mesmo o PAN (o partido em que o N significa natureza).
Escreve à quinta-feira