As intenções de voto que as várias sondagens (ver em baixo) vão atribuindo a cada partido e a queda de popularidade de Alexis Tsipras estão a empurrar o Syriza para o estudo de vários cenários pós-eleitorais, tal como já se ia verificando com os restantes partidos, já que a hipótese de sair uma maioria logo das urnas a 20 de Setembro é cada vez mais uma miragem.
Ao longo do passado fim-de-semana, foram publicadas cinco sondagens diferentes, apontando todas para uma vitória do Syriza mas com uma margem curta e longe da maioria. Ao Syriza são atribuídos entre 27,3% e 22,6% das intenções de voto e à Nova Democracia entre 24,2% e 21,1%, sendo de destacar também a fatia de indecisos, sempre acima dos 13% em todas as sondagens.
É do jogo entre estas intenções de voto e das contas exigidas para se obter uma maioria parlamentar que os partidos começam agora a desenhar cenários. Nikos Voutsis, ex-ministro do Interior de Alexis Tsipras, admitiu no fim-de-semana que o pior cenário de todos é ter o país condenado à realização de mais eleições.
"Assim que forem conhecidos os resultados vamos examiná-los e decidir o que fazer porque não vamos seguir por um caminho que implique novas eleições", referiu Voutsis sobre a hipótese de emergir um governo minoritário no seguimento das eleições de 20 de Setembro. Já sobre o cenário específico do Syriza unir-se à Nova Democracia, Voutsis apontou que "tendo em conta o que sabemos agora, não acredito que seja uma opção" mas, rematou, os cenários estão todos em aberto.
Acreditando nas intenções de voto presentes nas sondagens – e aqui convém relembrar que as sondagens davam um empate técnico aquando do referendo, o que ficou longe de se verificar -, o vencedor das próximas eleições, para chegar à maioria, ou terá que se unir ao segundo partido mais votado ou terá que procurar pelo menos outros dois partidos para ultrapassar a fasquia dos 150 deputados.
E se o avanço de uma coligação entre Syriza e Nova Democracia não é bem vista por ambos os partidos, já a união entre o Syriza, o PASOK e o Potami vai sendo a equação mais apontada para que as contas eleitorais gregas resultem num governo de maioria. O Syriza está cada vez mais "no espaço" do PASOK, centro-esquerda, e o líder do Potami já estabeleceu como objectivo do seu partido colaborar com o próximo governo.
Tanto o PASOK como o Potami surgem nas sondagens com votações que permitem ambicionar a eleição de 15-20 deputados. Estes números, em conjunto com a votação do Syriza e os 50 deputados atribuídos directamente ao partido vencedor, permitiria obter a maioria.
Além das sondagens sobre intenções de voto, a Universidade da Macedónia avançou com uma sondagem aos índices de popularidade de Alexis Tsipras, que caiu a pique no último mês, de 61% para 29%. Outro inquérito, agora da Alco, mostrou que 79% dos eleitores está desiludido com Tsipras.
Sondagens:
Eleições Janeiro | Kapa | Alco | Univ. Macedonia | Marc | RASS | |
SYRIZA | 36,34% | 27,3% | 22,6% | 25,0% | 25,3% | 24,6% |
Nova Democracia | 27,81% | 24,2% | 21,1% | 22,0% | 23,2% | 22,3% |
Aurora Dourada | 6,28% | 6,8% | 6,3% | 6,0% | 5,5% | 5,8% |
KKE | 5,47% | 5,0% | 4,7% | 6,0% | 4,2% | 5,7% |
To Potami | 6,05% | 5,5% | 5,1% | 6,0% | 5,8% | 6,0% |
PASOK | 4,68% | 4,3% | 4,1% | 4,5% | 4,4% | 3,2% |
Uni. Popular (EK) | — | 3,3% | 3,0% | 4,5% | 3,8% | 4,3% |
U. Centrista (LAE) | 1,79% | 4,8% | 4,0% | 5,0% | 3,8% | 5,3% |
ANEL | 4,75% | 3,0% | 2,4% | 2,0% | 3,0% | 2,3% |
Indecisos | — | 13,2% | 13,6% | 14,5% | 18,8% | 14,0% |