A saúde financeira dos hospitais está melhor, mas as unidades continuam a gerar prejuízo, algo que a tutela tinha estabelecido como objectivo eliminar até ao fim deste ano. Dados do primeiro semestre divulgados este domingo revelam um buraco de 94 milhões de euros, tendo por base o indicador EBIDTA, que se previa que este ano pudesse vir a ser nulo fruto das medidas de contenção e reestruturação. Em comunicado, a Administração Central do Sistema de Saúde salientou tratarem-se de resultados equilibrados.
O EBIDTA mostra o diferencial entre as receitas e despesas das unidades antes de juros e outros encargos, sendo por isso considerado o melhor indicador da gestão corrente. Por exemplo, em Junho de 2013, o EBIDTA era de -204 milhões. No ano passado, pela mesma altura, estava nos -91 milhões. A ACSS refere que este ano houve uma subida nos custos com a reposição parcial das remunerações com pessoal, mas também com medicamentos, por exemplo a nova medicação para a hepatite C. O acordo com a farmacêutica prevê que sejam devolvidos créditos ao Estado, já tendo havido uma dedução de 53 milhões de euros, informa a ACSS. Mas como ocorreu entre Julho e Agosto, não se reflecte nas contas do primeiro semestre.
Outro indicador positivo destacado pela ACSS é a evolução da dívida. Em Junho, o prazo de pagamento dos hospitais aos fornecedores era o mais baixo dos quatro anos, de 234 dias. Já a dívida vencida fixou-se nos 828 milhões de euros, menos 285 milhões que no ano passado pela mesma altura (-25,6%). Porém, verifica-se que pelo menos na saúde, a lei dos compromissos implementada na vigência do Memorando e que previa o fim de despesas sem cabimento orçamental, não teve ainda o impacto esperado.