Sindicato admite apresentar queixa contra Sonae por substituir trabalhadores em greve

Sindicato admite apresentar queixa contra Sonae por substituir trabalhadores em greve


Esta semana vai ser pedida uma reunião à empresa para se verificar se tal aconteceu.


O dirigente sindical Jorge Pinto disse esta sexta-feira que vai ser apresentada uma queixa à ACT e à Provedoria de Justiça, caso se confirme que a Sonae recorreu a empresas de trabalho temporário para substituir funcionários em greve.

Durante um piquete de greve às portas da plataforma logística da Sonae, na Maia, Jorge Pinto, que confirmou a realização de nova greve entre 02 a 05 de Setembro, disse que tomaram conhecimento da situação esta semana e que vai ser pedida uma reunião à empresa para verificar se tal aconteceu.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que também marcou presença às portas das instalações da plataforma logística, onde se reuniram várias dezenas de trabalhadores, referiu que a recusa da administração da Sonae em negociar aumentos salariais e a melhoria das condições de trabalho é uma posição “cínica e inadmissível”.

Arménio Carlos frisou que a Sonae “está a recusar actualizar salários de trabalhadores, que há sete anos não são actualizados, e que, para além disso, está também a pôr em causa o facto de estes trabalhadores melhorarem as suas condições de vida quando a esmagadora maioria deles, para além da penosidade do trabalho, tem salários mensais na ordem dos 540 a 560 euros ilíquidos, independentemente de estarem cá há 20 anos, nalguns casos até há 25 anos”.

Questionado sobre o facto de as greves se terem vindo a repetir sem que tenha havido progresso, o secretário-geral da CGTP disse que “os trabalhadores entraram no túnel e querem ver a luz ao fundo do túnel”, o que significa que têm duas hipóteses: “ou regressam para trás e não vêem a luz ou vão continuar a lutar com dignidade para ver a luz ao fundo do túnel, ou seja, para ver a resolução dos seus problemas”.

“Este é apenas mais um exemplo de muitos outros que estão a generalizar-se por este país fora, que é a política dos baixos salários, a política da precariedade, que é fazer da precariedade a antecâmara do desemprego e a partir daqui empobrecer todos sem excepção”, afirmou Arménio Carlos.

Os trabalhadores da logística da Sonae, na Maia, regressaram à greve na quarta-feira, que se prolonga até sábado, estando já marcada uma outra para inícios de Setembro, para reivindicar aumentos dos salários “congelados há cinco anos”.

Lusa