Um grupo de 163 crianças-soldado, incluindo cinco raparigas, foi esta sexta-feira libertado pelas milícias cristãs 'anti-balaka' em Batafongo, na região oeste da República Centro-Africana, divulgou o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF).
No total, 645 crianças foram libertadas por grupos armados centro-africanos desde a assinatura de um acordo com a UNICEF em Maio passado, referiu a agência das Nações Unidas.
“Esta libertação é um sinal que a aplicação do compromisso assumido pelos chefes destes grupos, no âmbito de um processo de paz e de reconciliação, está num bom caminho”, disse o representante em Bangui (capital centro-africana) da UNICEF, Muhamed Malick Fall.
Os chefes de oito grupos armados centro-africanos, incluindo as milícias 'anti-balaka' e os ex-rebeldes muçulmanos Séléka, assumiram o compromisso de libertar milhares de crianças-soldado em Maio último, por ocasião de um Fórum para a reconciliação nacional realizado em Bangui.
“Esperamos ver outras centenas de crianças libertadas antes do final do ano”, salientou o representante.
A violência sectária na República Centro-Africana que envolve os ex-rebeldes Séléka(maioritariamente da minoria muçulmana) e as milícias ‘anti-balaka’ (essencialmente cristãos, cuja religião é maioritária no país) causou milhares de mortos.
A UNICEF calcula que entre 6.000 e 10.000 crianças integram as facções armadas da República Centro-Africana, sendo utilizadas como combatentes, cozinheiros, estafetas e para fins sexuais.
Em 2014, o Fundo da ONU para a Infância e os seus parceiros conseguiram libertar 2.800 crianças que serviam os grupos armados naquele país.
Lusa