O director de provas da Fórmula 1 e chefe do departamento técnico da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Charlie Whiting, acusou a McLaren Honda de ter abusado das regras da Fórmula 1 no que diz respeito à troca de motores. O regulamento diz que apenas quatro motores por carro podem ser utilizados ao longo da temporada, sendo que a ultrapassagem desse número dá direito a penalizações na grelha de partida.
A McLaren Honda, sabendo que precisava de novos motores nos carros de Alonso e Button – o quinto para cada um dos pilotos -, e que provavelmente precisaria de mais até ao final da temporada, resolveu fazer uma dupla mudança em cada um dos monolugares, no fim-de-semana passado, na Bélgica. Assim sendo, Button e Alonso tiveram um novo motor na sexta-feira e outro no sábado. O primeiro motor trouxe uma penalização de 30 lugares para Alonso, que viu ainda outro componente electrónico do carro ser alterado, e 25 a Button. Sabendo de antemão que os seus pilotos iriam partir do fundo da grelha, a McLaren Honda resolveu trocar novamente o motor no dia seguinte, vendo Alonso e Button serem penalizados em mais 25 lugares cada. No total foram 105 lugares de penalização.
A ideia da McLaren Honda foi usar o regulamento a seu favor, uma táctica que não agradou a Whiting, mas que era esperada. "A FIA tinha essas preocupações e apresentou-as ao Grupo de Estratégia", afirmou o inglês em entrevista à revista Auto Motor und Sport. "No entanto, tivemos a sensação de que os comentários negativos de quase todas as partes sobre as punições severas e as sanções adicionais durante as corridas estavam a prejudicar ainda mais a modalidade.”
Whiting finalizou argumentando que a regra foi escrita de boa-fé, razão pela qual não deveria ter sido um incentivo para o abuso da McLaren Honda. por seu lado, a equipa inglesa ganhou um motor extra para o que falta da temporada.