Be welcome!


Enquanto às portas da Europa se encavalita uma multidão de refugiados, a mesma Europa mingua de gente. O estilo de vida ocidental reduziu a natalidade a um luxo e produziu um continente deserto e envelhecido. Já em África e no Médio Oriente, a guerra e a fome obrigam uma mole cada vez maior de pessoas…


Enquanto às portas da Europa se encavalita uma multidão de refugiados, a mesma Europa mingua de gente. O estilo de vida ocidental reduziu a natalidade a um luxo e produziu um continente deserto e envelhecido. Já em África e no Médio Oriente, a guerra e a fome obrigam uma mole cada vez maior de pessoas a arriscarem o pouco que ainda têm pela vida.

É fácil perceber que este paradoxo tem solução: repovoar a Europa com os que lhe demandam uma oportunidade. Não só porque a dignidade humana exige – não podemos continuar a ver gente assassinada diariamente, como se nada fosse –, mas porque precisamos deles para o futuro. Só em Portugal, entre 2010 e 2014, se perderam 198 mil residentes (cerca de 2% do total da população) e foram maioritariamente jovens a emigrar. O INE admite que a população portuguesa passe de 10,5 milhões para 6,3 milhões em 2060! Seremos então um território vazio, uma economia estagnada (cada vez menos gente a consumir nos supermercados, lojas, etc) e um sistema de segurança social falido (onde estarão os jovens a trabalhar para pagar as pensões dos reformados?). Entretanto, o governo português já anunciou que o nosso país está disponível para receber 1.500 destes migrantes. Mas este número tapa apenas uma minúscula gota das perdas dos últimos anos. Nesta matéria, devemos copiar a política esperta dos alemães, que recebem todos os refugiados de braços abertos. Claro que temos que o fazer com inteligência, criando condições para os alojar condignamente, para criarem os seus próprios negócios, entrarem no mercado de trabalho, pagarem IVA e segurança social, terem filhos e misturarem-se com os que já cá vivem.

Se há coisa que os portugueses se podem orgulhar, é não de sermos uma raça. Antes pelo contrário, todos nós portamos genes de ilustres avôs lusitanos, árabes, judeus, negros, amarelos, indianos, índios e sabe-se mais lá o quê. Quanto mais misturados, melhor. A bem do nosso futuro, se ainda queremos ter um. 

Escreve à sexta-feira

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Enquanto às portas da Europa se encavalita uma multidão de refugiados, a mesma Europa mingua de gente. O estilo de vida ocidental reduziu a natalidade a um luxo e produziu um continente deserto e envelhecido. Já em África e no Médio Oriente, a guerra e a fome obrigam uma mole cada vez maior de pessoas…


Enquanto às portas da Europa se encavalita uma multidão de refugiados, a mesma Europa mingua de gente. O estilo de vida ocidental reduziu a natalidade a um luxo e produziu um continente deserto e envelhecido. Já em África e no Médio Oriente, a guerra e a fome obrigam uma mole cada vez maior de pessoas a arriscarem o pouco que ainda têm pela vida.

É fácil perceber que este paradoxo tem solução: repovoar a Europa com os que lhe demandam uma oportunidade. Não só porque a dignidade humana exige – não podemos continuar a ver gente assassinada diariamente, como se nada fosse –, mas porque precisamos deles para o futuro. Só em Portugal, entre 2010 e 2014, se perderam 198 mil residentes (cerca de 2% do total da população) e foram maioritariamente jovens a emigrar. O INE admite que a população portuguesa passe de 10,5 milhões para 6,3 milhões em 2060! Seremos então um território vazio, uma economia estagnada (cada vez menos gente a consumir nos supermercados, lojas, etc) e um sistema de segurança social falido (onde estarão os jovens a trabalhar para pagar as pensões dos reformados?). Entretanto, o governo português já anunciou que o nosso país está disponível para receber 1.500 destes migrantes. Mas este número tapa apenas uma minúscula gota das perdas dos últimos anos. Nesta matéria, devemos copiar a política esperta dos alemães, que recebem todos os refugiados de braços abertos. Claro que temos que o fazer com inteligência, criando condições para os alojar condignamente, para criarem os seus próprios negócios, entrarem no mercado de trabalho, pagarem IVA e segurança social, terem filhos e misturarem-se com os que já cá vivem.

Se há coisa que os portugueses se podem orgulhar, é não de sermos uma raça. Antes pelo contrário, todos nós portamos genes de ilustres avôs lusitanos, árabes, judeus, negros, amarelos, indianos, índios e sabe-se mais lá o quê. Quanto mais misturados, melhor. A bem do nosso futuro, se ainda queremos ter um. 

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