As sete razões de Nicolau Santos


Diz o autor que esta “não é uma candidatura de convicção mas de reacção à de Nóvoa e que nunca se tinha ouvido uma palavra de intenção de Maria de Belém de um dia ocupar o palácio de Belém”


Nicolau Santos, jornalista do Expresso, é um especialista em assuntos económicos, o que nos tempos que correm já seria dizer muito. 

Porém, no mais alvo papel se espalha o borrão. Em artigo publicado sob o título “Sete razões para o PS não apoiar Maria de Belém” Nicolau Santos discorre sobre as razões que no seu entender, estimulam Maria de Belém a candidatar-se, para concluir e desvendar, serem estes maus motivos, desenvolve as naturais e lógicas considerações pelas quais o PS a não pode apoiar.

Para a criação desta teoria da conspiração, Nicolau Santos, estrutura o seu texto em omissões, faltas de memória política, incrédulo desconhecimento de factos da história da nossa democracia e da natureza de muitos dos seus protagonistas e uma dose substancial de sustentada especulação, para no fim produzir uma espécie de “J’acccuse” íntimo.
Antes, e como nota prévia, devo apresentar a minha manifestação de interesses. Não há. Nunca me cruzei com Maria de Belém, e em alguns momentos, até estive politicamente em oposição a ela. 

Não decidi ainda em quem votar para as eleições presidenciais, embora já saiba em quem não vou depositar o meu voto. 

Vamos lá então ao texto das sete razões:

1. Diz o autor que esta “não é uma candidatura de convicção mas de reacção à de Nóvoa e que nunca se tinha ouvido uma palavra de intenção de Maria de Belém de um dia ocupar o palácio de Belém” …grande confusão. 
Mas então a intenção de uma candidatura não é em primeiro lugar sempre de reacção a algo? Não é normal que alguém se veja confrontado a reagir a um desafio ou situação, e só depois assuma a decisão de agir para enfrentar com convicção o que o fez reagir? 
E não é legitimo que militantes socialistas que não se revêem em Nóvoa, decidam apresentar uma candidatura quando o PS formal e oficialmente não está comprometido? 
Ou são obrigados a aceitar uma candidatura inventada por Soares que tenta à descarada e desesperadamente impor-se e condicionar o PS? E que candidato manifestou, antes de o ser, a intenção de ser PR? Soares? Jorge Sampaio? Eanes? Nobre? Cavaco? Alegre? Se calhar Nóvoa?

2. Neste apartado, o autor desenvolve sobre o carácter da candidata, substituindo a razão pela vingança de uma mulher magoada. 
Ou seja, num ápice, toda a vida política e social de Maria de Belém estão reduzidas ao impulso mesquinho e perturbado de alguém que tem por missão destruir o PS. Que lhe terá feito Maria de Belém para lhe merecer tão pouca consideração?

3/4. O autor disserta sobre as lealdades, as facadas, a moral e os métodos que deveriam pautar a militante do PS. E convenientemente faz por esquecer a natureza do partido socialista, o das facadas e traições. 
Fala de quê? Do empenhamento de Soares e Ramalho para a derrota do seu camarada Alegre oferecendo a vitória a Cavaco? Ou da conspiração contra Seguro? De um Seguro que Costa dizia quase não conhecer? Da campanha activa contra Sócrates nos seus últimos meses de governação, com privados encontros e rasgados elogios a Passos Coelho? 

5/6/7. Mais do mesmo, aqui já é uma moenga com uns acrescentos de falta de educação. Começa por comparar apoiantes, deve ser um problema de casta, para dizer que Alegre só apoia Maria de Belém por ser um cavalheiro e estar a pagar um obséquio.

O autor insulta Manuel Alegre, desconsiderando a palavra, opinião e as convicções deste remetendo-as para mercadoria de pagamentos de favor.

No final, tentando completar o assassinato de carácter de Maria de Belém, com a ideia de que o que a move é ela saber que "com Costa não terá cargos, nem prebendas nem sinecuras". 

Ou seja, para Nicolau Santos, o que faz correr Maria de Belém e estar sujeita a este género de lixo em forma de opinião, é a necessidade de destruir Costa, derrotar o PS, e garantir o regresso de Seguro, tudo isto só para acautelar a reforma. 

Chegados a este ponto concluímos que as sete razões de Nicolau Santos são afinal um produto confuso de má propaganda embrulhado num imaginário taxista perturbante sobre os políticos e aquilo que os move.

Este tipo de ataque, pelo seu basismo e falta de honestidade, ao lançar dúvidas e estigmas sobre a transparência das razões que levam alguém a decidir intervir politicamente num quadro democrático, é realmente e de facto, uma atitude reaccionária de observar o fenómeno político. 

São textos tipo rissóis de camarão, têm o feitio de rissol, parecem um rissol, sabem a camarão, mas o sacana do bicho nem vê-lo. 

Consultor de comunicação
Escreve às quintas-feiras

As sete razões de Nicolau Santos


Diz o autor que esta “não é uma candidatura de convicção mas de reacção à de Nóvoa e que nunca se tinha ouvido uma palavra de intenção de Maria de Belém de um dia ocupar o palácio de Belém”


Nicolau Santos, jornalista do Expresso, é um especialista em assuntos económicos, o que nos tempos que correm já seria dizer muito. 

Porém, no mais alvo papel se espalha o borrão. Em artigo publicado sob o título “Sete razões para o PS não apoiar Maria de Belém” Nicolau Santos discorre sobre as razões que no seu entender, estimulam Maria de Belém a candidatar-se, para concluir e desvendar, serem estes maus motivos, desenvolve as naturais e lógicas considerações pelas quais o PS a não pode apoiar.

Para a criação desta teoria da conspiração, Nicolau Santos, estrutura o seu texto em omissões, faltas de memória política, incrédulo desconhecimento de factos da história da nossa democracia e da natureza de muitos dos seus protagonistas e uma dose substancial de sustentada especulação, para no fim produzir uma espécie de “J’acccuse” íntimo.
Antes, e como nota prévia, devo apresentar a minha manifestação de interesses. Não há. Nunca me cruzei com Maria de Belém, e em alguns momentos, até estive politicamente em oposição a ela. 

Não decidi ainda em quem votar para as eleições presidenciais, embora já saiba em quem não vou depositar o meu voto. 

Vamos lá então ao texto das sete razões:

1. Diz o autor que esta “não é uma candidatura de convicção mas de reacção à de Nóvoa e que nunca se tinha ouvido uma palavra de intenção de Maria de Belém de um dia ocupar o palácio de Belém” …grande confusão. 
Mas então a intenção de uma candidatura não é em primeiro lugar sempre de reacção a algo? Não é normal que alguém se veja confrontado a reagir a um desafio ou situação, e só depois assuma a decisão de agir para enfrentar com convicção o que o fez reagir? 
E não é legitimo que militantes socialistas que não se revêem em Nóvoa, decidam apresentar uma candidatura quando o PS formal e oficialmente não está comprometido? 
Ou são obrigados a aceitar uma candidatura inventada por Soares que tenta à descarada e desesperadamente impor-se e condicionar o PS? E que candidato manifestou, antes de o ser, a intenção de ser PR? Soares? Jorge Sampaio? Eanes? Nobre? Cavaco? Alegre? Se calhar Nóvoa?

2. Neste apartado, o autor desenvolve sobre o carácter da candidata, substituindo a razão pela vingança de uma mulher magoada. 
Ou seja, num ápice, toda a vida política e social de Maria de Belém estão reduzidas ao impulso mesquinho e perturbado de alguém que tem por missão destruir o PS. Que lhe terá feito Maria de Belém para lhe merecer tão pouca consideração?

3/4. O autor disserta sobre as lealdades, as facadas, a moral e os métodos que deveriam pautar a militante do PS. E convenientemente faz por esquecer a natureza do partido socialista, o das facadas e traições. 
Fala de quê? Do empenhamento de Soares e Ramalho para a derrota do seu camarada Alegre oferecendo a vitória a Cavaco? Ou da conspiração contra Seguro? De um Seguro que Costa dizia quase não conhecer? Da campanha activa contra Sócrates nos seus últimos meses de governação, com privados encontros e rasgados elogios a Passos Coelho? 

5/6/7. Mais do mesmo, aqui já é uma moenga com uns acrescentos de falta de educação. Começa por comparar apoiantes, deve ser um problema de casta, para dizer que Alegre só apoia Maria de Belém por ser um cavalheiro e estar a pagar um obséquio.

O autor insulta Manuel Alegre, desconsiderando a palavra, opinião e as convicções deste remetendo-as para mercadoria de pagamentos de favor.

No final, tentando completar o assassinato de carácter de Maria de Belém, com a ideia de que o que a move é ela saber que "com Costa não terá cargos, nem prebendas nem sinecuras". 

Ou seja, para Nicolau Santos, o que faz correr Maria de Belém e estar sujeita a este género de lixo em forma de opinião, é a necessidade de destruir Costa, derrotar o PS, e garantir o regresso de Seguro, tudo isto só para acautelar a reforma. 

Chegados a este ponto concluímos que as sete razões de Nicolau Santos são afinal um produto confuso de má propaganda embrulhado num imaginário taxista perturbante sobre os políticos e aquilo que os move.

Este tipo de ataque, pelo seu basismo e falta de honestidade, ao lançar dúvidas e estigmas sobre a transparência das razões que levam alguém a decidir intervir politicamente num quadro democrático, é realmente e de facto, uma atitude reaccionária de observar o fenómeno político. 

São textos tipo rissóis de camarão, têm o feitio de rissol, parecem um rissol, sabem a camarão, mas o sacana do bicho nem vê-lo. 

Consultor de comunicação
Escreve às quintas-feiras