O exército búlgaro foi destacado para reforçar as operações de vigilância na fronteira sudoeste com a Macedónia, país que não integra a União Europeia e que nos últimos dias viu um fluxo sem precedentes de refugiados chegarem da Grécia, na sua maioria dirigindo-se para a Hungria, e com um número recorde de mais de 2 mil a atravessarem a Sérvia nesta segunda-feira. O destino final dos clandes-tinos são as economias mais ricas da UE.
Foram 25 os soldados e um punhado de veículos blindados que ontem chegaram aos quatro postos de controlo com a Macedónia, tendo Nikolay Karaivanov, um chefe de operações do Ministério da Defesa, adiantado que o dispositivo poderá ser aumentado se houver necessidade.
Até ao momento a Bulgária tinha concentrado a sua atenção na fronteira sudeste com a Turquia, enviando mais de mil agentes das forças de segurança para reforçar o controlo e expandindo a barreira de 30 quilómetros concluída em Abril para prevenir a entrada de clandestinos. A ministra búlgara do Interior, Rumyana Bachvarova, disse, no entanto, que o risco de o país enfrentar um fluxo similar ao que está a ocorrer na Macedónia é “relativamente baixo”. “Toda a gente sabe que as fronteiras búlgaras têm uma vigilância muito apertada”, sublinhou em entrevista à rádio BNR.
Ataques neonazis Depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, ter considerado “nojentos” e “vergonhosos” os protestos neonazis e de extrema-direita, marcados por violência contra centros de acolhimento perto de Dresden, ontem deflagrou um incêndio no pavilhão desportivo de uma escola que foi convertido num abrigo de emergência para refugiados em Nauen. A polícia suspeita que se tratou de um acto criminoso.
O edifício na cidade oriental alemã, cerca de 15 quilómetros a oeste de Berlim, tinha sido preparado e equipado para receber cerca de 130 requerentes de asilo que aguardam a transferência para habitações permanentes.
A polícia na localidade vizinha de Potsdam informou que o fogo se tinha espalhado pouco depois de ter sido detectado, o que levantou suspeitas de que tenha sido fogo posto. O incêndio teve vários focos de deflagração em pontos distribuídos pelo pavilhão, o que impediu a polícia de proceder de imediato às investigações, mas a busca de pistas foi iniciada assim que os bombeiros declararam o fogo controlado.
Hoje Merkel visitará o abrigo de Heidenau, no Sul de Dresden, local que esteve no centro dos tumultos do final da semana passada e deste fim-de-semana, e que levaram a líder a afirmar que é “aberrante como extremistas e neonazis tentaram espalhar a sua imbecil mensagem de ódio num abrigo de asilados”.
Dezenas de agentes da polícia ficaram feridos quando a multidão lançou garrafas e fogo-de-artíficio contra os agentes que tentavam garantir a segurança dos refugiados enquanto estes eram integrados no centro de acolhimento na sexta e no sábado.
A Alemanha viu disparar o número de requerentes de asilo, tendo as autoridades estimado que possam chegar ao país 800 mil pessoas até ao fim do ano, o dobro do número registado no ano passado. Enquanto a maioria dos alemães se mostra compreensiva quanto às terríveis circunstâncias que obrigaram os imigrantes a procurar refúgio, uma minoria tem falado abertamente contra a política europeia de acolhimento. Os ataques contra refugiados e centros de acolhimento no país duplicaram, para 202, nestes meses de 2015, incluindo oito casos de fogo posto.