Depois de na última sexta-feira ter perdido 25 deputados para um novo partido à sua esquerda e de na terça-feira uma sondagem ter atribuído apenas dois pontos de vantagem ao Syriza, esta quarta-feira o partido de Tsipras recebeu um novo golpe: o pedido de demissão de 53 membros do seu comité central, incluindo o eurodeputado Nikos Chountis.
Em comunicado divulgado esta tarde, os 53 ex-membros do comité do Syriza criticaram a mudança do partido ao longo dos últimos meses, que passou da postura antiausteridade para a aceitação do terceiro resgate ainda com mais austeridade que os anteriores. "Desenvolvimentos que ficarão desenhados na história na Esquerda com traços desencorajadores", refere o comunicado.
Além da desilusão com a mudança de postura de Tsipras, os membros do comité central do Syriza justificam a demissão também com o facto do primeiro-ministro ter apresentado a demissão e provocado novas eleições sem ter consultado este órgão partidário.
"Como membros do comité central não podemos servir debaixo do novo memorando… que nada mais é que o golpe final contra um povo já devastado", termina o comunicado.
Os 53 deverão agora aderir ao partido criado na última semana, o Unidade Popular, ele próprio resultado de uma outra cisão do Syriza e liderado por Lafazanis, ex-ministro de Tsipras. A primeira sondagem realizada após este desenvolvimento atribuiu 3,5% de intenções de voto a este novo partido, muitos deles saídos do Syriza.
Além da Unidade Popular do ex-ministro da Energia de Tsipras, também a presidente do parlamento grego, Zoe Konstantopoulou, estará a ponderar criar uma nova organização política grega.
Entretanto, e segundo a "Reuters", o presidente grego deverá marcar a data oficla das eleições esta sexta-feira.