Polícias. GNR junta-se à PSP na greve à multa e convoca manifestação

Polícias. GNR junta-se à PSP na greve à multa e convoca manifestação


Militares marcam “grande manifestação” para 2 de Outubro e acusam Cavaco Silva e Aguiar-Branco de pressionarem Anabela Rodrigues.


Depois da PSP, a GNR. Quatro associações de militares, incluindo a mais representativa do sector, reuniram ontem e decidiram avançar para uma greve de zelo semelhante à que a PSP está a promover. E além de deixarem de passar multas, os militares preparam-se também para organizar concentrações em comícios da coligação do governo e uma “grande manifestação” no último dia da campanha eleitoral, a 2 de Outubro.

Em causa estão, justificam os militares, “informações” de que o Ministério da Defesa e a Presidência da República estarão a “pressionar” a ministra Anabela Rodrigues para não aprovar o novo estatuto profissional da GNR – que, à semelhança do da PSP, ainda não foi a Conselho de Ministros, apesar de ter sido negociado há cerca de dois meses com os polícias. 

Os dois diplomas ainda podem ser aprovados na reunião de ministros de depois de amanhã, mas os militares recusam-se a esperar, insistindo na existência de “pressões dos oficiais generais do Exército” junto do Ministério da Administração Interna no sentido de bloquear o estatuto. “No documento ficou decidido que os postos de comando da GNR serão gradualmente ocupados por oficiais da GNR, com formação para o efeito, acabando as comissões de serviço dos generais do Exército na GNR a médio prazo”, explicam as direcções das quatro associações – a APG, a ANOG, a ASPIG e a ANAG – num comunicado conjunto em que atribuem ao fim dos generais do Exército no comando da GNR como causa de pressão, uma vez que deixarão de ter direito a “promoções” e lugares de chefia na instituição. 

Por isso, e havendo “fortes garantias de que o estatuto não será aprovado” depois de amanhã, os militares avançam, “no imediato”, para acções de “prevenção e pedagogia” – em vez de passarem multas, juntando–se ao protesto que a PSP está a fazer desde ontem. Além desta greve de zelo, foram ainda acordadas manifestações “durante a campanha eleitoral” em “locais próximos” dos comícios “da coligação do governo” e uma grande manifestação no último dia da campanha eleitoral. E garantem que os protestos não vão parar “enquanto o novo estatuto profissional não for promulgado” por Cavaco Silva.

A greve de zelo da PSP – levada a cabo pela mesma razão, a não aprovação do estatuto profissional – começou ontem e o maior sindicato do sector, a ASPP, garantia, ao final do dia, que a iniciativa ficou marcada “por uma forte adesão”. Os sindicatos da PSP que estão a organizar a acção também anunciaram manifs em comícios da coligação e não estão postas de parte “acções conjuntas” com a GNR.