Pescadores vão receber 27 euros por dia por causa da interdição da pesca da sardinha

Pescadores vão receber 27 euros por dia por causa da interdição da pesca da sardinha


Os armadores e tripulantes também vão receber compensações financeiras.


Os armadores e tripulantes vão receber compensações financeiras pela interdição da pesca de sardinha, que no caso dos pescadores pode ir até 27 euros por dia, segundo a portaria publicada em Diário da República.

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O regime da autoria do Ministério da Agricultura e do Mar abrange os armadores e pescadores de embarcações licenciadas e que não possam temporariamente pescar e tem em vista compensar, para já, os pescadores das zonas de Peniche e Nazaré. Desde sábado, está interdita a captura de sardinha nestas regiões, por ter sido esgotada a quota local de captura.

A compensação aos armadores – os donos das embarcações – é calculada em função de uma fórmula que tem em conta a categoria da embarcação. Já as compensações salariais aos tripulantes são fixas: 20 euros para marinheiros/pescadores, 24 euros para mestres e 27 euros para oficiais.

Esta portaria foi publicada segunda-feira ao final do dia, em suplemento do Diário da República, e entra hoje em vigor.

Apesar das críticas das associações do sector e dos autarcas, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, disse sábado que estava fora de hipótese estender o tempo de captura ou aumentar a quota da sardinha sob pena de no futuro ser imposta uma quota para a sardinha ainda mais penalizadora.

Se este ano já existem problemas com a pesca de sardinha, devido aos limites impostos, no próximo ano a pesca deste peixe deverá ser ainda mais limitada tendo em conta o parecer científico do ICES já conhecido.

Em Julho, o parecer do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES, na sigla inglesa) recomendou que os totais admissíveis de capturas (TAC) da sardinha em águas ibéricas se devem limitar a 1.587 toneladas em 2016. Este valor é cerca de um décimo do permitido este ano, já considerado insuficiente pelos pescadores.

Apesar de não ter um carácter obrigatório, o parecer do ICES é em geral adoptado por Portugal e Espanha, uma vez que a consequência é a União Europeia passar a gerir o 'stock' de sardinha ibérica.

Já em 2014, cerca de 70% da sardinha consumida em Portugal foi importada, nomeadamente de Marrocos.

Lusa