A ter em conta o sucesso da adaptação de “O Pátio das Cantigas”, a trilogia dos clássicos com “O Leão da Estrela”, que deverá estrear antes do Natal, e “A Canção de Lisboa”, com data marcada para 2016, tem a porta aberta para mais um sucesso de bilheteira.
Leonel Vieira descreve o filme como “uma comédia popular que vive do equilíbrio entre o passado e o contemporâneo”. Para o realizador, a preocupação passou por “manter a estrutura de uma história, manter o seu esqueleto, aquilo que dá corpo a todo o enredo, contrapondo com tudo o que vemos nos dias de hoje”.
Mesmo antes de estrear, “O Pátio das Cantigas” reuniu uma série de críticas que passavam pelo “humor brejeiro”, de “tasca” ou “pouco inteligente”, uma “homenagem que é apenas oportunismo”, “tentativa de modernice” e outros epítetos a que o realizador Leonel Vieira respondeu: “Não tentei ser génio e inventar em Portugal a melhor comédia do mundo. Só tentei fazer uns bons filmes de comédia e recuperar a comédia para Portugal”.
Tudo críticas que não evitaram os quase 300 mil espectadores em menos de um mês e receitas a ultrapassarem os dois milhões de euros. A produção foi partilhada pela Stopline, a empresa do cineasta, Skydreams, RTP e NOS. A Stopline é uma produtora de cinema, televisão e publicidade, criada por Leonel Vieira e a Change Partners, esta última uma sociedade de capital de risco com 45% do capital. A Stopline tem parcerias em Espanha com a Ruleta Media, no Brasil com a CCFBR Produções Audiovisuais e nos Estados Unidos com a RCR Media Group. A empresa lançou longas-metragens, documentários e mini-series, mas é a publicidade a principal geradora de receitas. Porém, apesar do i não ter tido acesso aos números do investimento no filme “O Pátio das Cantigas”, as receitas de mais de dois milhões de euros indiciam lucro para os investidores.
Miguel Guilherme, César Mourão, Dânia Neto, Sara Matos, Rui Unas, Aldo Lima, José Pedro Vasconcelos, Oceana Basílio e Manuel Marques são alguns dos actores e humoristas que protagonizam uma história baseada no “Pátio” original, mas com um panorama actual. A mercearia do Evaristo transformada em estabelecimento gourmet, os tuk-tuk e hostais passam a ser protagonistas ou a emigrante que regressa do palco das telenovelas.
“Bom dia menina Rosa!” é como começa o novo “O Pátio das Cantigas” de Leonel Vieira, onde mora a balconista Rosa (Dânia Neto) e os seus dois pretendentes: Narciso (César Mourão), um guia turístico poliglota, e o Evaristo (Miguel Guilherme), dono da mercearia gourmet, pessoa de génio agreste e pai da menina Celeste (Bruna Quintas), aspirante a artista de telenovela.
O realizador Leonel Vieira refere que a ideia foi “manter os títulos, manter os nomes dos actores, mas pensámos tudo de forma a fazer desta trilogia uma homenagem aos filmes originais”.
Leonel Vieira espera que o filme “arranque tantos sorrisos como outrora, com a oportunidade única de alargar a todas as gerações a essência e atmosfera de “O Pátio das Cantigas”.
O presidente da Sky Dreams, José Gandarez, ideólogo da trilogia dos “Novos Clássicos”, avança que a “ideia simples era homenagear e divertir os portugueses”. Gandarez diz que “estava longe de imaginar este enorme sucesso”.
A ideia de realizar três filmes portugueses inspirados nos “anos de ouro” do cinema português e em actores como Vasco Santana, António Silva, Ribeirinho, Beatriz Costa, Laura Alves foi, revela o responsável, “muito difícil, com avanços e recuos a conceber o projecto, a estudar e negociar os direitos e a investir e empreender sem ter a certeza de retorno”.