O fim-de-semana na Bélgica, onde se disputou o último Grande Prémio, colocou em destaque os pneus da Pirelli, pelas piores razões. A marca italiana que fornece as equipas da Fórmula 1 viu dois dos seus pneus rebentarem, primeiro no carro de Nico Rosberg, durante os treinos livres, e depois a menos de duas voltas do fim da corrida, no Ferrari de Sebastian Vettel.
Ainda nos treinos livres, Rosberg ficou sem um pneu traseiro no seu Mercedes, quando circulava a 300 quilómetros por hora. Por sorte ou muita experiência, o piloto alemão conseguiu controlar o carro, sem embater num colega ou nas protecções laterais da pista. Mais tarde, na penúltima volta do Grande Prémio da Bélgica, foi a vez de Sebastian Vettel ver o seu pneu rebentar na recta Kemmel.
Ambos os pilotos concordaram que a culpa foi da Pirelli, porque nenhum deles, em momento algum, saiu de pista com o carro, o que poderia ter causado um furo. Concordaram ainda que, caso os rebentamentos tivessem ocorrido uns metros antes, os acidentes poderiam ter sido bem piores, apelando ao aumento da segurança.
Vettel chegou mesmo a perder a compostura, considerando o que aconteceu “inaceitável”. Paul Hembery, director da Pirelli, defendeu a marca italiana, afirmando que o ideal para o Grande Prémio seria que todas as equipas tivessem realizados duas paragens, sendo que algumas ainda foram à terceira, ao contrário da Ferrari, que optou por trocar de pneus apenas uma vez.
Em defesa da Pirelli saiu o presidente não-executivo da Mercedes, Niki Lauda, que considerou as críticas de Vettel “inaceitáveis”, porque a ideia de trocar de pneus apenas uma vez foi uma decisão consciente da Ferrari. Lauda acrescentou ainda que, simplesmente pelo facto da estratégia não ter funcionado, Vettel não tinha o direito de criticar a Pirelli, algo que não permitira que fosse feito por um piloto da sua equipa. Já Toto Wolff, director geral da Mercedes, compreendeu a frustração de Vettel, mas também optou por defender a Pirelli.