Eugénio “Genito”. Um goleganense tranquilo

Eugénio “Genito”. Um goleganense tranquilo


Goleganenses famosos? “Sou eu”, responde, bem-disposto, Eugénio Teixeira. Aos 73 anos, Genito, como lhe chamam, é pelo menos um goleganense da velha guarda. Mecânico toda a vida e filho de toureiro, é presença assídua no Central. Tem um orgulho imenso na terra e no seu filho mais famoso, Manuel dos Santos, que muitas corridas fez…


Goleganenses famosos? “Sou eu”, responde, bem-disposto, Eugénio Teixeira. Aos 73 anos, Genito, como lhe chamam, é pelo menos um goleganense da velha guarda. Mecânico toda a vida e filho de toureiro, é presença assídua no Central. Tem um orgulho imenso na terra e no seu filho mais famoso, Manuel dos Santos, que muitas corridas fez de borla para ajudar as Misericórdias do país, conta.

Genito ainda pensou em ser forcado, mas nunca se meteu nessas andanças. Não foi falta de coragem, apenas as voltas da vida. Só esteve fora na tropa, em Coimbra, e depois dois anos em Cabinda. De resto, fez toda a vida na vila, a arranjar tractores, motores de rega e o mais que aparecia. É um aficionado. Que quer isso dizer? Gosta de apreciar a dança do toureiro com o touro, mais do que as ofensivas.

“O bom não é agarrar o touro. Os estrangeiros é que se riem muito disso.” Enviuvou e teve um acidente na tropa, amarguras que passam melhor quando se está entre amigos no Central. Genito conta ainda com carinho a história da mãe, que só conheceu a mãe dela já crescida, e a razão da sua costela africana. O avô paterno tinha estado na guerra em Angola e apaixonou-se por lá. Teve três filhos, mas só trouxe a rapariga. Quando lá voltou, anos mais tarde, só foi reconhecida por um sinal que tinha ao centro no peito, um buraco, como nunca mais viu igual.