Uma tourada com anões?


Mas que dias são estes? Que liberdade é esta de fazer dos anões artistas de circo no meio dos touros? Lá que faltem ao respeito ao touro ainda há quem concorde, mas anões? 


Esta semana, por instantes, pensei ter regressado à idade das trevas ou estar perante uma daquelas brincadeiras que inundam as redes sociais, mas era mesmo verdade. Estava a ser anunciada uma tourada com anões, por um tal movimento “Vianenses pela Liberdade” que seria integrada contra a vontade da autarquia e da organização das festas, na romaria da Senhora da Agonia de Viana do Castelo.

Mas que dias são estes? Que liberdade é esta de fazer dos anões artistas de circo no meio dos touros? Lá que faltem ao respeito ao touro ainda há quem concorde, mas anões? Não serão eles também homens de pleno direito, ou por serem mais pequenos podem ser lançados numa arena? O bom do português ainda poderá dizer; vá lá, são anões no meio dos touros, com leões seria pior…

Já o disse aqui, os sinais de decadência nos nossos princípios são demasiado evidentes e mais facilmente temos um país indignado com um cão abandonado no lixo ou um leão que foi assassinado em África do que com situações que se estão a passar mesmo aqui a lado e que parecemos querer ignorar.

Não debatemos política, porque estamos de férias e agora não nos apetece. Não lemos os programas dos partidos, porque é tudo a mesma coisa, sem percebermos que se trata da nossa vida e da vida dos nossos filhos. Não vemos notícias nem nos envolvemos na definição do rumo deste nosso Portugal, porque há quem esteja a tratar disso, mesmo que não seja como sonhámos, deixando de utilizar a nossa liberdade, que vai sendo aos poucos amarrada. Este deixar andar onde achamos tudo normal deixa nascer destas coisas.

Desculpem-me os leitores de sexta-feira, mas não consigo entender que neste país de Abril, uma organização pense sequer em lançar anões numa arena de touros e alguém perca um só minuto a pensar em autorizar uma coisa destas. O pedido, por si só, já é completamente obsceno. 

Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira

Uma tourada com anões?


Mas que dias são estes? Que liberdade é esta de fazer dos anões artistas de circo no meio dos touros? Lá que faltem ao respeito ao touro ainda há quem concorde, mas anões? 


Esta semana, por instantes, pensei ter regressado à idade das trevas ou estar perante uma daquelas brincadeiras que inundam as redes sociais, mas era mesmo verdade. Estava a ser anunciada uma tourada com anões, por um tal movimento “Vianenses pela Liberdade” que seria integrada contra a vontade da autarquia e da organização das festas, na romaria da Senhora da Agonia de Viana do Castelo.

Mas que dias são estes? Que liberdade é esta de fazer dos anões artistas de circo no meio dos touros? Lá que faltem ao respeito ao touro ainda há quem concorde, mas anões? Não serão eles também homens de pleno direito, ou por serem mais pequenos podem ser lançados numa arena? O bom do português ainda poderá dizer; vá lá, são anões no meio dos touros, com leões seria pior…

Já o disse aqui, os sinais de decadência nos nossos princípios são demasiado evidentes e mais facilmente temos um país indignado com um cão abandonado no lixo ou um leão que foi assassinado em África do que com situações que se estão a passar mesmo aqui a lado e que parecemos querer ignorar.

Não debatemos política, porque estamos de férias e agora não nos apetece. Não lemos os programas dos partidos, porque é tudo a mesma coisa, sem percebermos que se trata da nossa vida e da vida dos nossos filhos. Não vemos notícias nem nos envolvemos na definição do rumo deste nosso Portugal, porque há quem esteja a tratar disso, mesmo que não seja como sonhámos, deixando de utilizar a nossa liberdade, que vai sendo aos poucos amarrada. Este deixar andar onde achamos tudo normal deixa nascer destas coisas.

Desculpem-me os leitores de sexta-feira, mas não consigo entender que neste país de Abril, uma organização pense sequer em lançar anões numa arena de touros e alguém perca um só minuto a pensar em autorizar uma coisa destas. O pedido, por si só, já é completamente obsceno. 

Jornalista RTP
Coordenador Jornal 2 – RTP2
Escreve à sexta-feira