O encontro vai começar em breve – às 14h00 de Atenas, menos duas em Lisboa – e tem um ponto único na agenda: discutir o calendário eleitoral. Depois de ter reembolsado ao BCE 3.200 milhões de euros e de ter pago o empréstimo intercalar no valor de 7.200 milhões, Alexis Tsipras pode agora dedicar-se à sua vida salvação política.
Numa altura em que o primeiro-ministro carece de apoio da coligação que lidera, no Governo – e sobretudo do seu partido – Tsipras tem agora que decidir que convoca eleições já para o mês seguinte, ou se espera até Outubro, quando as autoridades europeias libertarem os resultados da primeira avaliação do programa de assistência financeira.
Segundo o jornal grego Kathimerini, na sua edição em inglês, as opiniões sobre a data dividem-se mesmo entre os conselheiros, com alguns a acreditar que o melhor é convocar já eleições e impedir que haja mais cisões dentro do Syriza. Em Setembro deverá haver Congresso Nacional do partido, mas nem todos concordam com a ideia de se esperar pelo encontro para chamar os gregos às urnas.
Panos Skourletis, ministro da Energia e um dos mais próximos conselheiros de Tsipras defende que o Governo venha primeiro: “Eu diria, eleições primeiro e o partido depois”.
Por outro lado, os defensores de adiar as eleições para meio de Outubro defendem que Tsipras poderá usar os resultados da avaliação do programa para convencer os seus principais opositores de que não havia outra salvação para o país.
Alexis Tsipras conseguiu aprovar, no Parlamento grego, o terceiro resgate com o apoio da oposição, sendo que a coligação falhou em garantir o mínimo necessário de 120 votos a favor. Os deputados do Syriza foram dos que mais se abstiveram ou votaram contra.