Evangelos Meimarakis, líder da Nova Democracia, anunciou que vai "explorar todas as vias" para evitar o avanço das eleições antecipadas na Grécia. Esperava-se que os maiores partidos da oposição aceitassem a realização de eleições antecipadas, já que as têm vindo a reclamar por questões de "renovação da legitimidade".
"Vamos explorar todas as vias para que as eleições sejam a última opção e não a primeira, como Alexis Tsipras quer", disse o líder da Nova Democracia em conferência de imprensa na noite de quinta-feira. Meimarakis apontou na mesma que irá aproveitar os três dias previstos na Constituição para procurar apoios entre os partidos da oposição e formar ele próprio um governo. A Nova Democracia registou 27,81% dos votos nas últimas eleições.
A Nova Democracia irá assim tentar durante o fim-de-semana obter alguma forma de apoio para tentar avançar com um governo minoritário na Grécia, o que o colocará sempre em situação bastante complicada: o Syriza detém 149 dos 300 lugares do Parlamento. Contudo, dada a vontade da Plataforma de Esquerda de sair do Syriza e formar um grupo parlamentar próprio, o total de deputados do Syriza ainda pode cair um pouco – e a Plataforma de Esquerda emergir como terceiro partido mais representado na Grécia, já que contará com 40 dos 149 deputados do Syriza.
Caso a Nova Democracia não consiga formar um governo nos próximos três dias, então será dada igual oportunidade ao segundo partido da oposição, actualmente da extrema-direita pois a Aurora Dourada foi a terceira força política mais votada em Janeiro. Meimarakis apontou igualmente que a Aurora Dourada (6,28%) está entre os partidos com que falará para tentar formar governo, além do Potami e do PASOK.
Segundo a Constituição grega, explica o correspondente da Reuters na Grécia, em caso de demissão de um executivo no primeiro ano de governação, o presidente do país deve entregar um mandato exploratório ao maior partido da oposição, no caso a Nova Democracia. Este partido terá então três dias para formar governo e se no fim do prazo não houver um governo, o mandato é devolvido ao presidente que o deve entregar ao segundo maior partido da oposição, no caso a extrema-direta.