A Grécia confirmou o acordo preliminar para a concessão da exploração de 14 aeroportos regionais à alemã Fraport, detida em 31% pelo governo alemão e em mais 9% pela Lufthansa. A reconfirmação da adjudicação foi publicada na terça-feira de manhã no boletim oficial do governo grego e noticiada pelo "Ekathimerini".
Este negócio, acordado antes do Syriza chegar ao governo em Janeiro de 2015, será assim o primeiro deste género validado pelo governo de Tsipras, reflectindo já a mudança de postura do executivo, desde sempre contra as privatizações defendidas nos resgates ao país. Esta mudança de posição face aos credores está, aliás, a motivar uma grande onda de convulsão interna no Syriza, sendo expectável o avanço de eleições antecipadas em breve.
A concessão dos 14 aeroportos deve render 1,23 mil milhões de euros iniciais e mais 23 milhões de euros anuais a título de renda – a concessão tem um prazo de 40 anos, extensível por mais dez. Em causa estão infraestruturas aeroportuárias divididas em dois grupos. No 'grupo A', encontra-se o aeroporto de Tessalónica, Corfu, Chania, Kefalonia, Zakynthos, Aktion e Kavala; No 'grupo B' estão os aeroportos de Rhodes, Kos, Samos, Lesvos, Mykonos, Aktion e Kavala.
O avanço das privatizações já antes exigidas pelos credores foi uma das imposições dos parceiros europeus a Atenas para que o país pudesse receber um terceiro resgate, de 86 mil milhões de euros, actualmente em fase de aprovação.
Além da venda dos aeroportos aos alemães da Fraport, o governo grego decidiu também aligeirar as medidas de controlo de capitais, elevando para 500 euros o máximo para as remessas para o exterior – sendo que no caso de pais com filhos a estudar no estrangeiro, estes podem enviar até 8 000 euros por trimestre.