Porque estão os trabalhistas doidos com Corbyn?


O “consenso europeu” dos anos de crise é um exemplo acabado desta tragédia. 


Os ingleses estão doidos com Jeremy Corbyn. Os escoceses, que votavam maioritariamente Labour até às últimas eleições, em Maio (quando o SNP, o partido separatista, venceu à conta dos trabalhistas), estão ainda mais eufóricos.

Tony Blair vive estes dias em pânico com a perspectiva de um velho Labour rebentar de vez com o seu “New Labour”, que ninguém – nem mesmo Ed Miliband, considerado muito à esquerda por Tony – tinha até aqui ousado pôr em causa.

O homem que entrou na corrida à sucessão de Ed Miliband apenas para marcar uma posição de esquerda – e que fez tudo à última hora, incluindo a recolha de assinaturas e a formalização da candidatura – é o mais que provável futuro líder dos trabalhistas quando os resultados das eleições internas, que já começaram, vierem a ser conhecidos em Setembro. 

O que explica o political appeal de Jeremy Corbyn, um deputado veterano de 66 anos que sempre se situou na extrema-esquerda do Partido Trabalhista?

Em primeiro lugar, provavelmente, a crise da esquerda e da social-democracia. Um pouco por todo o lado – e notoriamente desde a crise financeira, embora o movimento fosse muito anterior –, os partidos trabalhistas e sociais-democratas começaram a evidenciar excessivas semelhanças com os partidos de direita e liberais.

O “consenso europeu” dos anos de crise é um exemplo acabado desta tragédia. 

Corbyn não é nada disto – é o anti--Blair, o anti-terceira via, aquele que virá ressuscitar o velho trabalhismo, que quer que o Estado continue a deter várias funções. E depois, além disto, é extraordinariamente sincero. Não inventou uma persona para se candidatar à liderança: Corbyn é o mesmo Corbyn de antes.

Uma das consequências da crise financeira foi, paradoxalmente, não a decadência do ultraliberalismo (que levou à crise), mas a decadência da social--democracia, que acabou por ceder a uma espécie de “pensamento único”. Corbyn vem aí para rebentar com as águas mornas e isso é muito bom.

Porque estão os trabalhistas doidos com Corbyn?


O “consenso europeu” dos anos de crise é um exemplo acabado desta tragédia. 


Os ingleses estão doidos com Jeremy Corbyn. Os escoceses, que votavam maioritariamente Labour até às últimas eleições, em Maio (quando o SNP, o partido separatista, venceu à conta dos trabalhistas), estão ainda mais eufóricos.

Tony Blair vive estes dias em pânico com a perspectiva de um velho Labour rebentar de vez com o seu “New Labour”, que ninguém – nem mesmo Ed Miliband, considerado muito à esquerda por Tony – tinha até aqui ousado pôr em causa.

O homem que entrou na corrida à sucessão de Ed Miliband apenas para marcar uma posição de esquerda – e que fez tudo à última hora, incluindo a recolha de assinaturas e a formalização da candidatura – é o mais que provável futuro líder dos trabalhistas quando os resultados das eleições internas, que já começaram, vierem a ser conhecidos em Setembro. 

O que explica o political appeal de Jeremy Corbyn, um deputado veterano de 66 anos que sempre se situou na extrema-esquerda do Partido Trabalhista?

Em primeiro lugar, provavelmente, a crise da esquerda e da social-democracia. Um pouco por todo o lado – e notoriamente desde a crise financeira, embora o movimento fosse muito anterior –, os partidos trabalhistas e sociais-democratas começaram a evidenciar excessivas semelhanças com os partidos de direita e liberais.

O “consenso europeu” dos anos de crise é um exemplo acabado desta tragédia. 

Corbyn não é nada disto – é o anti--Blair, o anti-terceira via, aquele que virá ressuscitar o velho trabalhismo, que quer que o Estado continue a deter várias funções. E depois, além disto, é extraordinariamente sincero. Não inventou uma persona para se candidatar à liderança: Corbyn é o mesmo Corbyn de antes.

Uma das consequências da crise financeira foi, paradoxalmente, não a decadência do ultraliberalismo (que levou à crise), mas a decadência da social--democracia, que acabou por ceder a uma espécie de “pensamento único”. Corbyn vem aí para rebentar com as águas mornas e isso é muito bom.